O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condena "veementemente" o tiroteio numa sinagoga, em Pittsburgh, manifestando-se "profundamente chocado" com o que considerou uma "lembrança dolorosa" do "contínuo antissemitismo".
A posição de António Guterres foi divulgada num comunicado assinado pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric, e no qual o secretário-geral das Nações Unidas exprime "profundas condolências" às famílias das vítimas.
"O tiroteio de Pittsburgh é uma dolorosa lembrança do contínuo antissemitismo. Judeus em todo o mundo continuam a ser atacados por nenhuma outra razão que não a sua identidade. Antissemitismo é uma ameaça aos valores democráticos e à paz e não deve ter lugar no século XXI", é referido no comunicado.
O secretário-geral da Nações Unidas apela a "uma frente unida" que junte autoridades, sociedade civil, líderes comunitários e religiosos e o público em geral para "enfrentar as forças do racismo, antissemitismo, islamofobia e outras formas de ódio, fanatismo, discriminação e xenofobia que estão a ganhar força em muitas partes do mundo".
Onze pessoas morreram e seis ficaram feridas no tiroteio de hoje numa sinagoga em Pittsburgh, nos Estados Unidos, segundo o balanço oficial das autoridades.
A polícia identificou o atirador como sendo Robert Bowers, de 40 anos, adiantando que o suspeito, que se encontra detido, não estava referenciado pelas autoridades.
Relatos da imprensa dão conta de que o suspeito terá divulgado mensagens antissemitas nas redes sociais pouco tempo antes do ataque.
O ataque foi condenado por várias organizações, pela Administração norte-americana, pelo primeiro-ministro de Israel e pela chanceler alemã, Angela Merkel.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, que hoje participa num comício em Illinois, anunciou que irá deslocar-se a Pittsburgh.
O Procurador-geral norte-americano, Jeff Sessions, anunciou, entretanto, a intenção de acusar o suspeito, entre outros, de crimes de ódio e antissemitismo, punidos nos Estados Unidos com pena de morte.
O suspeito será alvo de uma acusação federal e "algumas acusações poderão conduzir à pena de morte", disse Jeff Sessions num comunicado em que denuncia o crime como "extremamente repugnante".