O diretor do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, afirmou ter recebido "cinquenta cadáveres após o bombardeamento esta manhã de uma escola" pública da cidade de Gaza onde se encontravam abrigados milhares de deslocados internos.
"Numerosos tanques [israelitas] estão estacionados a 200 metros da escola al-Buraq, na rua al-Nasr, e cercam quatro hospitais da zona", indicou, por seu lado, o gabinete de imprensa do governo do movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza.
O cerco acontece depois de na manhã desta sexta-feira um bombardeamento no hospital al-Shifa ter resultado na morte de pelo menos 13 pessoas, ferindo várias dezenas.
O Exército israelita, que não reagiu até agora a estas afirmações, tinha feito saber na quinta-feira à noite que uma das suas divisões efetuava importantes operações numa zona "muito, muito próxima" do hospital al-Shifa.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou, por sua vez, que Israel não pretende "governar ou ocupar" a Faixa de Gaza (de onde Israel retirou em 2005, após 38 anos de ocupação), mais de um mês após o início da guerra com o Hamas que levou a uma situação humanitária dramática naquele enclave palestiniano cercado, segundo a ONU e várias organizações não-governamentais (ONG).
O diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, apelou para o fim da "carnificina" na Faixa de Gaza.
"Arrasar bairros inteiros não é resposta para os crimes odiosos cometidos pelo Hamas. Pelo contrário, isso cria uma nova geração de palestinianos lesados, suscetíveis de perpetuar o ciclo da violência. A carnificina tem simplesmente que acabar", declarou Lazzarini, citado num comunicado da UNRWA esta sexta-feira divulgado.