O líder da coligação de extrema-esquerda em França, Jean-Luc Mélenchon, acredita que a sua força ainda pode chegar ao Governo e declara a derrota do atual presidente, Emmanuel Macron, e de todos os que "tinham lições para dar" à esquerda, nas eleições legislativas.
"Quanto maior é a convulsão, maiores são as oportunidades. A França é uma nação política, mesmo quando ela fala através da abstenção. Não minimizemos o nosso povo. Amanhã [segunda-feira] talvez acordem com uma maioria da NUPES na Assembleia Nacional e se não for o caso, vão ver a nossa força incrível", declarou Jean-Luc Mélencon.
O líder da extrema-esquerda francesa falava após serem conhecidos os primeiros resultados da segunda volta das eleições legislativas, indicando que a estratégia da coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES) funcionou, retirando a maioria absoluta a Macron.
"Mesmo se o resultado ainda não está completamente decidido, o que temos é uma situação totalmente inesperada, a derrota do Presidente é total e nós atingimos o nosso objetivo que era de num mês fazer cair aquele que tinha tanta arrogância", indicou.
A questão que paira no ar agora é matemática e é saber se a esquerda terá mais votos do que as forças do presidente. Mélenchon acredita que ainda pode forçar a mão de Macron e chegar a primeiro-ministro.
"Eu quero dizer-vos que todas as possibilidades estão nas vossas mãos. Eu mudo o meu posto de combate, mas o meu compromisso continuará até ao meu último fôlego na primeira fila", sublinhou.
Quanto a possíveis entendimentos entre extrema-esquerda e as forças do Presidente, Mélenchon diz que isso nunca será possível.
"Não há qualquer diferença a ser ultrapassada entre nós e a maioria. Nós não somos do mesmo mundo, não temos os objetivos nem temos os mesmos valores", concluiu.
Na sala de espetáculo Elysée havia, ao início da noite deste domingo, centenas de pessoas. No exterior, no 18.º bairro, milhares de pessoas vieram festejar a derrota de Macron e o reforço da esquerda.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria absoluta no parlamento, indicam as primeiras projeções, que também apontam para uma forte subida da extrema-direita.