O secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, garante que o PS "não está a jogar para o empate" e acusa a coligação PSD/CDS de querer avançar com um "novo corte de 600 milhões de euros nas pensões".
António Costa passou esta parte pela festa de verão do PS do distrito de Vila Real, que decorreu na zona da barragem da Falperra, em Vila Pouca de Aguiar.
A falar para centenas de militantes e apoiantes socialistas, o líder do partido começou por garantir que o PS não está a jogar para o empate.
"Há os que se podem entusiasmar pelos comentadores e jogar para o empate, mas nós, no PS, o que nos entusiasma não são os comentadores, mas são os eleitores. Não jogamos para o empate, jogamos para ganhar", afirmou.
E, no dia 4 de Outubro a escolha, segundo Costa, tem a "ver com o dia-a-dia de cada português" porque, na sua opinião, "aquilo que a direita diz que vai fazer é muito claro" e tem como "novidade um novo corte de 600 milhões nas pensões dos reformados".
O secretário-geral acusou ainda Pedro Passos de Coelho de ter feito no Governo tudo ao contrário do que prometeu na anterior campanha eleitoral.
"Chamo a atenção só para um exemplo muito em particular, na anterior campanha, ele jurou que não cortaria as pensões e cortou-as. Desta vez já se atreve a dizer que vai cortar 600 milhões de euros nas pensões. Imaginem, por isso, o que é que faria se fosse voltasse a ganhar as próximas eleições", afirmou.
E depois de "terem privatizado as empresas públicas", o líder do PS disse que o PSD e o CDS-PP têm, agora, um novo objectivo que é "atacarem o sistema público de pensões, privatizando parte da receita das pensões para financiar fundos de pensões privados".
"A coligação de direita vem agora dizer que a melhor forma de garantir a Segurança Social para todos é permitir aqueles que mais ganham possam deixar de financiar as pensões, que são necessárias para todos, e utilizar esse dinheiro para financiar fundos privados".
Para Costa, "é preciso ser muito claro e não deixar dúvidas de que aquilo que a direita propõe é uma enorme aventura para as pensões de todos".
Porque, acrescentou, se esta medida abranger todos aqueles que ganham, por exemplo, mais de 2.000 euros por mês, está a abranger 8% dos contribuintes, mas a receita significa 17% da totalidade da receita da Segurança Social.
Da receita que disse ser necessária para financiar as pensões mínimas de quem nunca fez descontos, para financiar as pensões daqueles que tiveram poucos anos de descontos, para financeira o rendimento social de inserção, o complemento solidário para idosos, o abono de família ou o subsídio de desemprego.
"Mas esta é também uma aventura para os próprios porque esta ideia de, em vez de confiar o dinheiro à Segurança Social, o entregar aos fundos privados para serem jogados na especulação financeira é uma enorme ameaça para as poupanças de cada um", frisou.
António Costa referiu que o "dinheiro depositado na Segurança Social é dinheiro seguro" e que o "dinheiro confiado aos fundos privados é dinheiro sujeito ao jogo da especulação", que está "sujeito ao risco dos mesmos que acreditaram neste Governo quando lhes disse que podiam investir no BES e agora têm a porta fechada na cara porque as suas poupanças colapsaram e estão em risco".
Acusou ainda a coligação de direita de querer desmembrar o Serviço Nacional de Saúde e ameaçar a escola pública.
Costa apelou à mobilização e ao voto no PS e dramatizou dizendo que a 4 de Outubro em cima da mesa estão "decisões graves" e que "só há um voto seguro e de confiança" para "derrotar este aventureirismo".
"Nós não pedimos um cheque em branco, temos um compromisso escrito e um compromisso de contas feitas", frisou.