A religiosa portuguesa Maria Lúcia Ferreira, da Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, alertou esta quinta-feira que a "situação económica na Síria está a agravar-se", colocando em causa os próprios projetos de ajuda humanitária da comunidade religiosa.
Numa mensagem divulgada pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a freira portuguesa, conhecida como Irmã Myri, diz que "as coisas estão a piorar bastante" e aponta a crise no Líbano como uma das causas para a situação.
Segundo o seu relato, as populações estão confrontadas com diversos tipos de racionamento.
"Por exemplo, o gás é por senhas e para cada família há [só] uma bilha por mês", explica a freira, acrescentando que a situação é tão grave que "quase não se pode comprar comida".
A religiosa, que vive num mosteiro em Qara, lembra que era "através do Líbano, dos bancos do Líbano, que chegava muito financiamento" à Síria, o que "agora é impossível", e que o desemprego e o elevado custo de vida, aliados à falta de muitos bens de primeira necessidade, têm transformado o dia-a-dia dos sírios "num verdadeiro tormento".
O conflito na Síria, desencadeado em março de 2011 com a repressão de manifestações pró-democracia por Damasco, provocou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.