As más condições registadas esta quinta-feira no Mar Mediterrâneo adiaram para o próximo domingo a chegada a Espanha do "Aquarius", o navio humanitário que, no início da semana, resgatou 629 migrantes à deriva naquele mar e que Itália recusou que atracasse nos seus portos.
Face à recusa do novo Governo italiano em acolher os migrantes sem documentos, várias cidades italianas ofereceram-se para o fazer, antes de Espanha se ter demonstrado disponível para receber o barco e para dar asilo a até 100 dessas pessoas.
Em Valência está agora tudo a postos para os receber, segundo as previsões já este domingo. Hoje, quinta-feira, a vice-presidente do recém-empossado Governo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, chegou à comunidade autónoma e esteve reunida com o presidente do governo regional.
Aos jornalistas, Carmen Calvo explicou que os menores que seguem a bordo do "Aquarius" vão ficar na cidade e que os restantes casos serão analisados individualmente à medida que forem desembarcando.
"Estive reunida com o presidente da Generalitat e sim, os menores vão ficar todos aqui em Valência. Numa segunda fase, através do Ministério do Trabalho, vamos ver as ofertas que chegam das comunidades autónomas. Isto vai ser muito útil porque, dependendo das suas condições físicas, alguns migrantes vão ser direcionados para outras cidades espanholas e vão ser integrados através das políticas sociais de acolhimento que existem em cada comunidade autónoma."
Carmen Calvo lembra que Espanha está habituada a lidar com estas situações e que cada caso vai ser analisado em concreto para ver quem está apto a receber estatuto de refugiado no país.
"Estaremos atentos as pessoas que vão pedir asilo, às condições em que se pode dar asilo, e há ainda a figura da proteção especial [de refugiado] para as pessoas que não podem regressar ao seu país porque correm risco de vida. Este é um país que já está habituado a gerir estas situações. Primeiro vamos falar com cada um deles, uma entrevista personalizada, para saber qual a sua situação e o que querem fazer assim que cheguem a Espanha."
Para além das autoridades valencianas, há seis ministérios envolvidos na operação de acolhimento das 629 pessoas que foram resgatadas no Mediterrâneo.