Apoio espiritual, psicológico e logístico é o que disponibiliza este serviço do Patriarcado de Lisboa para ajudar as famílias com deficientes a encontrar soluções para os seus problemas, numa altura de isolamento social.
A ideia do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência em apoiar os deficientes e as suas famílias "surgiu de uma colaboração pré-existente com a "Fundação Famílias ComVida", que congrega a Pastoral da Família e a Cáritas Diocesana de Lisboa. E surgiu, também, da vocação do serviço em dar apoio às pessoas com deficiência, às suas famílias e cuidadores", explica Carmo Diniz.
A coordenadora deste Serviço Pastoral, Carmo Diniz, explica que há dois canais de comunicação, "o email pastoraldadeficiencia@patriarcado-lisboa.pt e existe também uma linha telefónica que é o 914 251 516" que funciona entre as 12h00 e as 18h00, de segunda a sexta-feira.
Têm recebido vários pedidos, nomeadamente, "de apoio material, pra bens de primeira necessidade, para medicamentos e para apoio psicológico. (...) Muitas pessoas precisam de alguém com quem falar sobre a situação que estão a viver e também de planear o seu futuro mais próximo, para além de precisarem de algum apoio específico".
Recebido o pedido de ajuda, "é atribuído à família um orientador Famílias ComVida, que foi formado pela Universidade Católica e que constrói com a pessoa uma rede de suporte com recurso na base de dados da Fundação. Em função dos pedidos, são ativados os meios diretos e indiretos desta rede de colaboração, ou meios de associações ou instituições ligadas a esta rede de recursos", como por exemplo o Banco Alimentar, entre outros.
Carmo Diniz sublinha que têm "psicólogos e assistentes sociais que resolvem algumas das situações".
Todas estas informações foram divulgadas através de uma linguagem adaptada, nomeadamente para os casos em que isso é necessário. Neste sentido, "contámos com a generosa colaboração do Instituto Politécnico de Leiria que transcreveu a mensagem para escrita simples, em sistema SPC, o sistema pictográfico que permite uma leitura rápida e fácil da mensagem, para que se possa chegar de uma forma eficaz a todas as pessoas e de todas as idades e com vários graus de dificuldade na leitura tradicional".
Nesta altura de pandemia, as novas tecnologias têm dado uma boa ajuda aos deficientes, sobretudo no caso da celebração da fé.
A responsável admite que "as novas tecnologias permitem que as pessoas com deficiência possam aceder sem problemas logísticos de acessibilidade física, uma vez que estão em casa. E permite ainda regular questões como o som ou o tamanho da imagem ou ainda a escolha de celebrações, que no seu formato, possam ser mais adequadas, por serem acompanhadas com música ou terem textos projetados e que ajudam a uma maior participação na liturgia".
Este tempo de isolamento social trouxe uma nova rotina para todos, mas trouxe também oportunidades de descoberta e de aprendizagem. É o que tem acontecido no seio da sua própria família. Carmo Diniz é mãe de cinco filhos, um deles deficiente profundo, e reconhece que o maior tempo passado em família tem trazido "mais-valias".
"Criam-se novos laços, descobrem-se características e capacidades que até agora estavam diluídas na rotina do dia-a-dia, cria-se uma resiliência e uma capacidade de viver a angústia destes tempos centrada nos outros e não apenas nos nossos interesses. E uma das aprendizagens que levamos deste tempo em família é o calor da simplicidade e da companhia que podemos fazer uns aos outros quando rimos e quando nos preocupamos com o futuro."