A líder da União Nacional (partido da extrema-direita francesa), Marine Le Pen, anteviu este sábado que os partidos europeus populistas de direita irão conseguir "um feito histórico" nas eleições europeias, agendadas para a próxima semana.
Marine Le Pen está hoje em Milão (Itália), onde irá participar num comício promovido pelo vice-primeiro-ministro italiano e líder da Liga (extrema-direita), Matteo Salvini, que quer formar uma aliança nacionalista parlamentar após as eleições para o Parlamento Europeu, que vão realizar-se entre 23 a 26 maio nos 28 Estados-membros da UE.
O comício vai contar com a presença de representantes de 12 partidos nacionalistas europeus e pretende demonstrar, a uma semana da ida às urnas no bloco comunitário, a união destas forças que têm conquistado cada vez mais influência política no continente nos últimos anos.
Em declarações na cidade italiana, Le Pen afirmou que acredita que o grupo parlamentar Europa das Nações e das Liberdades, composto por nacionalistas, eurocéticos e populistas de extrema-direita, "irá fazer um feito histórico ao passar da oitava posição na Europa para a terceira ou talvez segunda posição".
Os mesmos dados referem que os dois grupos políticos tradicionais de centro-direita e de centro-esquerda sairão enfraquecidos da votação, ficando, pela primeira vez, aquém do limite de 50%,o que poderá forçá-las a aliarem-se com outras forças europeístas para manter a maioria no plenário e garantir a aprovação de medidas comunitárias.
Ainda em Milão, Marine Le Pen classificou o percurso da campanha europeia da União Nacional como "fantástico" e lançou duras críticas ao comportamento "antirrepublicano" do Presidente francês, Emmanuel Macron, que a líder da extrema-direita francesa apelida de "rei-criança".
"Considero o comportamento de Emmanuel Macron muito grave. Já tive a oportunidade de dizer que Emmanuel Macron parece ter sido afetado pela síndrome de rei-criança, uma espécie de convicção avassaladora, uma intolerância à frustração e um desejo absoluto de não respeitar quaisquer limites ou regras", criticou Le Pen, numa referência ao envolvimento do Presidente francês na campanha das europeias.
Em relação à campanha da União Nacional, a líder da extrema-direita francesa defendeu que a formação, juntamente com os seus aliados, irá dar às pessoas "a oportunidade de redirecionar profundamente a construção da Europa".
Marine Le Pen reforçou ainda as críticas ao grupo parlamentar europeu Democratas e Liberais, ideologicamente próximo de Macron, pela abertura das fronteiras europeias a "uma imigração em massa", pelo "ultraliberalismo que sacrificou as economias" dos Estados-membros e pela luta "contra qualquer sistema de proteção social".