O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) propôs esta quinta-feira, numa ação de campanha para as autárquicas, a criação de uma ciclovia que ligue Sintra a Lisboa e seja "uma alternativa" à frequentemente congestionada via rápida IC19.
Para apresentar a proposta, juntaram-se, nas arribas do Caminho da Aguda, com vista para o mar, os candidatos de três dos concelhos por onde aquela ciclovia passaria, Sintra, Mafra e Odivelas (Lisboa e Amadora são os outros dois, mas não puderam estar presentes), apoiados pela líder do partido, Inês de Sousa Real.
Aos jornalistas, Miguel Santos, candidato do PAN à Câmara de Sintra, explicou que "a ideia" da transciclovia - num trajeto com cerca de 35 quilómetros - "é dar aos habitantes de Sintra meios suaves de chegarem a Lisboa".
Ora, "isso não existe em Sintra, [...] todas as pessoas são empurradas para o comboio ou para o IC19", lamentou, realçando que basta pensar "nos dias de greve da CP" para perceber a utilidade da ciclovia.
"Para que os meios suaves existam, é preciso criar infraestruturas", vincou, explicando ainda que, no caso de Sintra, o percurso da ciclovia seria "acessível de todo o concelho", o que a situa nas fronteiras das várias freguesias.
A mobilidade "é um dos grandes desafios" da área metropolitana de Lisboa, acompanhou Inês de Sousa Real, fazendo um balanço de "ânimo" da campanha para as eleições do dia 26 de setembro.
A deputada defende uma "visão à escala metropolitana, porque nenhuma cidade é uma ilha".
Sabendo que este tipo de resposta - a ciclovia - "não serve a todos os munícipes", o PAN defende, "em paralelo e em simultâneo", o reforço dos transportes públicos, "que não se coaduna com ter autocarros a passarem apenas de hora a hora ou uma vez ao final do dia".
Os autarcas têm de "pensar em alternativas que permitam conjugar as diferentes formas de mobilidade", apelou a deputada, lembrando que haverá financiamento para tal, no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Inês de Sousa Real comprometeu-se a apresentar "soluções para que o PRR seja bem aproveitado em prol das necessidades da população e do combate a alterações climáticas".
É preciso - frisou - "aproveitar o dinheiro que aí vem" para, por exemplo, "adaptar o metropolitano de Lisboa a quem tem mobilidade condicionada" e atualmente a ele não consegue aceder.
Nas reuniões com o Governo, a propósito do próximo Orçamento do Estado, o PAN tem "posto em cima da mesa a necessidade de investir em matérias de adaptação do território para o combate às alterações climáticas", adiantou.
"Ainda é cedo para dizer [como está a correr], ainda estamos a fazer reuniões e negociações setoriais", salientou, antecipando que "muita água vai correr" até à aprovação do Orçamento.
"Tem havido uma aproximação. No entanto, [...] são momentos difíceis de negociação. Nem sempre o Governo é tão ambicioso quanto o PAN deseja", reconheceu.