O eurodeputado do PSD Paulo Rangel considera que há um culpado no caso da Caixa Geral de Depósitos é o Partido Socialista, que impediu o acesso à informação.
“Foi o PS que quis silenciar este assunto na comissão de inquérito, impedindo o acesso à lista de devedores da Caixa. Ora, como somos contribuintes, temos de conhecer os devedores”, defende no programa desta quarta-feira.
“Quem paga os prejuízos da Caixa são os cidadãos portugueses e nós temos direito a saber se houve coisas que foram mal feitas”, reforça.
Já Fernando Medina, autarca socialista da Câmara de Lisboa, não aceita a ideia de uma administração criminosa na Caixa, mas aponta dois casos que geraram muitas perdas no banco público.
“De facto, há aqui duas operações em particular que eu tenho divergência que a Caixa tenha feito intervenção nesta matéria. Primeiro, as guerras de poder dentro do BCP –do que é público, as perdas que a Caixa registou em alguns períodos resultam de financiamentos que foram atribuídos no calor do que foram as guerras de disputa de poder dentro do BCP; o segundo caso é parecido com este, que é o problema da guerra na Cimpor, com a agravante que, no caso, a atuação concertada de uma parte do acionista público com o acionista Caixa Geral de Depósitos na Cimpor acabou por levar ao desmantelamento da companhia”, aponta.
Outro tema em debate entre os dois comentadores desta Casa Comum foram os incidentes que começaram no domingo no bairro da Jamaica e que se foram prolongando pelos dias seguintes.
Fernando Medina chama a atenção para o facto de os acontecimentos de violência não terem sido organizados por quem se manifestava.
“Não podemos confundir um conjunto de pessoas que se manifestavam de forma correta e expressando um sentimento muito próprio relativamente àquilo que consideram ser uma injustiça do ponto de vista da forma como as forças policiais atuam – e essa é uma situação que tem de ser respeitada e ouvida – e outra é aquilo que sabemos que aconteceu, que foi a atuação de grupos. Os detidos não pertenciam ao bairro, não pertenciam sequer ao Seixal ou Setúbal”, afirma o autarca.
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