O ministro as Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, recusou esta terça-feira falar sobre as polémicas à volta da decisão sobre a instalação do novo aeroporto de Lisboa e disse que “para ganhar o respeito do povo” é preciso “prometer e concretizar”.
“Estou na política para trabalhar e sinto-me bem quando conseguimos concretizar porque é isso que a população espera. Temos de ter a capacidade de prometer e fazer, concretizar. É só assim que ganhamos o respeito do povo”, disse Pedro Nuno Santos em resposta à comunicação social.
Em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, quando falava aos jornalistas à margem da assinatura de protocolos na Câmara Municipal, Pedro Nuno Santos disse de imediato que “compreendendo a insistência”, não falaria sobre o novo aeroporto.
“Não tenho nada para dizer sobre esse tema”, disse.
O ministro – que foi a Gaia presidir a uma cerimónia onde foi revelado que a Infraestruturas de Portugal (IP) se compromete a fazer, a partir de setembro, um estudo de viabilidade sobre a substituição de passagens superiores pedonais por interiores na Linha do Norte, um tema que tem gerado muita contestação a nível local – disse que é preciso ter “capacidade de prometer e fazer, concretizar”.
Já no discurso, Pedro Nuno Santos falou da ferrovia e apelidou os projetos atuais nesta área de “verdadeira revolução”.
“Não tem precedente na história recente do nosso país o que estamos a fazer na ferrovia. Concentrámo-nos durante décadas no automóvel e deixámos para trás o melhor e mais importante meio de transporte do futuro que é o comboio. Ainda bem que hoje também começam a aparecer os exigentes”, referiu.
E, perante o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, e do presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), disse que Gaia “vai estar no eixo da nova linha Porto-Lisboa, Porto-Vigo”, no “grande investimento infraestrutural para a próxima década”.
“Gaia vai pontuar e ganhar mais centralidade na região norte”, referiu.
À margem, sobre esta matéria, o governante apenas apontou que o projeto será apresentado “nos próximos meses”.
A cerimónia de hoje também serviu para assinar um protocolo entre a Câmara de Gaia e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) que visa a construção de habitação com rendas acessíveis.
Pedro Nuno Santos apontou que Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “serve para resolver problemas da população” e que neste “só há dinheiro para a habitação porque o Governo quis”.
“Portugal é o país da União Europeia que destina mais dinheiro à habitação”, referiu.
E acordo com o ministro, “o PRR dá resposta a 26 mil famílias”, mas “já foram identificadas em situação de indignidade muitas mais”, admitiu.
“O facto do PRR dar resposta a 26 mil, não quer dizer que as dezenas de milhar de restantes não tenham resposta. Nas 26 mil as autarquias vão gastar zero. Nas restantes 80 e tal mil, vão comparticipar. A nossa grande estratégia é aumentar a oferta do parque público de habitação”, resumiu.