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Há seis arguidos no caso das buscas na Câmara de Lisboa, avançou à Renascença a Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Informa-se que, na sequência das buscas, foi, hoje, validada pelo Ministério Público a constituição de seis arguidos, três sociedades e os respetivos representantes legais", refere a PGR.
O Ministério Público não avança mais detalhes sobre o caso das buscas realizadas na Câmara de Lisboa. Em causa estará um alegado esquema para financiamento ilegal do PS.
O ministro das Finanças e antigo autarca de Lisboa, Fernando Medina, disponibilizou-se ontem a prestar esclarecimentos junto da PGR e disse estar de consciência tranquila.
Fernando Medina foi questionado pelos jornalistas porque contratou Joaquim Morão, histórico socialista e ex-autarca de Castelo Branco e Idanha-a-Nova, para a gestão de obras na Câmara de Lisboa.
O antigo autarca da capital assume que a decisão foi sua. "As razões que levaram à contratação, à minha decisão de que Joaquim Morão trabalhasse na Câmara de Lisboa durante um período, estão expressas de forma muito clara no despacho que assinei naquele momento, no ano de 2015", respondeu.
Na quarta-feira, a TVI/CNN Portugal noticiou que a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Lisboa, na terça-feira, por “suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação”, numa nomeação para “prestação de serviços que foi assinada em 2015” pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina, que é agora ministro das Finanças.
A Câmara de Lisboa confirmou a realização das buscas, na terça-feira, no departamento de Urbanismo.
Segundo a TVI, em causa estarão “a viciação das regras para a contratação de um histórico do PS de Castelo Branco [Joaquim Morão] com vista à gestão das obras públicas na capital”.
“O Ministério Público acredita que o objetivo do esquema visou a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros, para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis”, referiu a TVI.
Ainda de acordo com a estação de televisão, a PJ realizou buscas no departamento de Urbanismo da Câmara de Lisboa e nas casas e empresas de dois empresários de Castelo Branco, suspeitos de participarem num esquema de angariação de fundos para estruturas do Partido Socialista.
“Os alvos, por suspeitas de corrupção, são Joaquim Morão, histórico socialista e ex-autarca de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, e o seu amigo António Realinho, empresário da mesma zona do país, que até já cumpriu pena de prisão por burla”, segundo a TVI.