Martha Gens, a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto, espera que o regresso do público aos estádios na Supertaça não seja uma medida "filha única" e seja também aplicada aos campeonatos profissionais.
"Se a medida não for abrangente, não faz sentido. Somos praticamente o único país onde isso acontece nas ligas profissionais. Existem outros eventos culturais a acontecerem onde não são exigidas nem metade das medidas restritivas aplicáveis à Supertaça. Tivemos um Europeu disputado em vários países com estádios cheios de adeptos. Se a medida não se estender à I e II Ligas, será uma teimosia que persiste e ninguém entende o motivo", diz, em Bola Branca.
O jogo entre Sporting e Braga, no próximo sábado, terá mais de 10 mil espectadores nas bancadas no Estádio Municipal de Aveiro, o correspondente a 33% da lotação do recinto, segundo foi anunciado na última terça-feira.
Martha Gens saúda o regresso dos adeptos, que já aconteceu na Taça da Liga, nos jogos Marítimo-Boavista e Nacional-Estoril.
"Passou muito tempo mas claro que a APDA vê com agrado o regresso dos adeptos aos recintos desportivos. Agora resta saber em que tipo de competições isto vai acontecer. Era bom que não fosse uma medida "filha única". Há, no entanto, uma situação que nos preocupa. É que a abertura dos estádios aos adeptos vai trazer a aplicabilidade prática do cartão do adepto e é uma questão que nos deixa muito apreensivos", refere.