A taxa de ocupação turística no Algarve no mês de julho superou os níveis pré-pandemia de 2019, com o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins, a criticar que os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para uma quebra do número de total de dormidas nos primeiros seis meses do ano, são um contrassenso. A taxa foi de 84% no mês de julho.
"Aqui há um contrassenso. Os dados de julho que a AHETA recolhe mensalmente junto dos seus associados revelam que a taxa de ocupação global do Algarve foi 84%, ou seja, acima de 2019, que foi o melhor ano turístico de sempre", disse à Renascença.
Hélder Martins fala numa quebra da procura da região por parte dos turistas nacionais, que terão procurado outros destinos ou ficado em casa e não fizeram férias fora da área de residência, responsabilizando "juros e impostos" pela indisponibilidade financeira dos turistas portugueses. Refere, contudo, uma compensação na procura por parte de turistas internacionais.
"O que está a faltar são turistas portugueses que, por dificuldades financeiras, ou escolheram outros destinos mais baratos ou não fizeram férias e ficaram em casa. Esta é a leitura que nós fazemos mas, neste momento, daquilo que sentimos e vemos no dia-a-dia, o Algarve está com uma boa dinâmica, uma boa taxa de ocupação, os clientes fiéis ao Algarve estão cá. Quem não está é, de facto, quem não tem condições financeiras para o fazer, derivado ao problema dos juros e impostos, daquilo que é a vida no dia-a-dia", remata.
Dados do INE, referentes aos primeiros seis meses do ano, revelam que as dormidas no turismo crescem quase 19% e superam pela primeira vez os níveis de 2019. Os dados apontam para uma subida de 7,7% nas dormidas de turistas nacionais e 24,2% em turistas internacionais. Todas as regiões do país registam subidas, com exceção ao Algarve que continua a perder turistas nacionais e estrangeiros, em comparação com 2019, regista o INE.