O Papa Francisco vai lançar uma autobiografia onde garante que não tenciona renunciar. Diz mesmo que é uma “hipótese remota”, porque não há razões para o fazer.
Um extrato do livro de Francisco que foi publicado esta quinta-feira pelo jornal italiano “Corriere della Sera”.
“Vida: A minha história na História” é o nome do livro, que foi escrito em colaboração com o vaticanista Fabio Marchese Ragona, e onde o Papa indica que goza de boa saúde e, se Deus quiser, ainda tem muitos projetos para realizar.
Apesar de ser uma possibilidade remota, em caso de renúncia, Francisco não seria Papa emérito, mas "simplesmente bispo emérito de Roma", vivendo na Santa Maria Maior "para voltar a ser confessor e levar a comunhão aos enfermos".
Francisco volta a defender a sua decisão de permitir que casais do mesmo sexo ou em união de facto sejam abençoados.
O Santo Padre, que comemorou na quarta-feira 11 anos de pontificado, reitera a condenação ao aborto e ao recurso a barrigas de aluguer.
"Devemos sempre defender a vida humana, desde a conceção até à morte. Não me cansarei de dizer que o aborto é um homicídio, um ato criminoso, não há outras palavras: significa descartar, eliminar uma vida humana que não tem culpa. É uma derrota para quem o pratica e para quem se torna cúmplice: assassinos de aluguer, pistoleiros! Chega de abortos, por favor!", condena o Sumo Pontífice.
Nesta autobiografia, o Papa afirma que a figura do Papa emérito Bento XVI foi usada contra si “por pessoas sem escrúpulos”, para fins políticos e ideológicos.
Sobre os seus tempos de juventude e a vida pessoal, Francisco conta que teve uma namorada e que se apaixonou por uma jovem quando estava no Seminário, mas o chamamento de Deus acabou por ser mais forte.
O Papa fala também sobre outra das suas paixões, o futebol, mas diz que não assiste a jogos da Argentina na televisão desde 1990, porque há coisas que um sacerdote não deve ver.
"Enquanto os irmãos e eu assistíamos televisão na sala de recreação, foram transmitidas algumas cenas não muito delicadas, para dizer o mínimo, algo que certamente não fazia bem ao coração. Nada de arriscado, pelo amor de Deus, mas assim que voltei para a sala disse para mim mesmo: 'Um padre não pode olhar para essas coisas'. E assim, no dia seguinte, na missa da festa de Nossa Senhora do Carmo, fiz um voto de não ver mais televisão!", conta Francisco.