Marcelo Rebelo de Sousa começou, esta quinta-feira de manhã, uma visita surpresa à área ardida em Vouzela.
Em declarações à estação de televisão SIC, o Presidente da República explicou que nos próximos dias vai visitar as zonas afectadas pelos incêndios que deflagraram no dia 15 de Outubro no norte e centro do país. "Por aqui estarei nos próximas dias", disse.
Marcelo rejeitou ainda comentar a remodelação no Governo. "Não comento. Estou aqui numa missão que é muito mais importante do que isso", disse o Presidente da República.
"Vamos
ver se consigo [estar com as famílias], não com todas, mas com uma ou outra de
acordo com as indicações dos autarcas, eles é que são mais sensíveis ao estado
de espírito das populações", acrescentou.
Estas deslocações do chefe de Estado não constam da agenda oficial do Presidente da República.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 42 mortos e cerca de 70 feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
É a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em Junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Este ano, os incêndios florestais já provocaram a morte a mais de 100 pessoas e deixou um rastro de destruição na floresta. De acordo com as estatísticas europeias, actualizadas com as informações fornecidas pela NASA, em 2017 já arderam 520 mil hectares de floresta em Portugal.
Este número representa mais de metade do total da área ardida da União Europeia que foi de 900 mil hectares.
As mesmas estatísticas indicam que este é o pior ano de sempre, ultrapassando os 425 mil hectares de 2003.