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Em 2003, quando já se sabia que Madre Teresa seria beatificada nesse ano, o grupo que estava no terceiro ano do seminário de S. José de Caparide escolheu-a para padroeira de curso. Ordenados há nove anos, continuam a tê-la como exemplo de vida e este Domingo estão em Roma para assistir à canonização.
Madre Teresa era a primeira escolha do agora padre João Sobreiro, que preferia o cardeal vietnamita Francisco Xavier Van Thuan, mas foi a fundadora das Missionárias da Caridade quem teve mais votos e o então seminarista decidiu conhecê-la melhor. “Aprendi a amar a Madre Teresa de Calcutá”, diz o padre João em entrevista à Renascença.
“É um bom anjo da guarda e uma referência para a minha vida sacerdotal”, continua, salientando três características de Madre Teresa: o zelo apostólico, a atenção aos sinais dos tempos e a vida de oração.
“Ela procurou estar sempre muito atenta aos sinais de Deus na vida. Estava muito feliz na sua primeira vocação, na primeira congregação em que esteve, mas experimentou um chamamento fortíssimo de Deus olhando para a realidade concreta de Calcutá e experimentou na realidade concreta de Calcutá o Senhor a desafiá-la a uma vida de maior entrega sobretudo aos pobres dos mais pobres”, lembra este padre da Diocese de Lisboa.
“Para além do zelo apostólico, de missão, de anúncio, tem uma atenção à presença de Deus no tempo e no mundo que eu, como padre, preciso e sinto que é um desafio para mim. Quer o seu zelo, quer a sua atenção e o seu discernimento na procura dos sinais de Deus no mundo tem sido e é um desafio nestes meus nove anos de padre”, continua o sacerdote, que também encontra inspiração na “vida orante” de Madre Teresa.
“Por vezes sou um bocadinho preguiçoso para rezar “, reconhece o padre João Sobreiro, lembrando como Madre Teresa, perante toda o trabalho e as solicitações que a rodeava e, a dado momento, decidiu que as Missionários da Caridade deviam dedicar mais uma hora à Adoração ao Santíssimo Sacramento, precisamente por se sentirem assoberbadas com tanto para fazer.
A ligação a Madre Teresa manteve-se de tal forma que o padre João e os seus colegas de curso vão estar em Roma para a cerimónia de canonização que decorre este Domingo.
“Irmos em curso é uma graça muito grande. Testemunhar a canonização da Beata Madre Teresa para nós também é fazer memória da acção de Deus em nós e agradecer e louvar a Deus pela intersecção de Madre Teresa nas nossas vidas e no nosso ministério”, justifica o padre João Sobreiro, um dos sacerdotes portugueses, a que se junta também um colega de Cabo Verde, que este Domingo estão em Roma na multidão que vai celebrar o reconhecimento da santidade de Madre Teresa de Calcutá.