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A médica Luciana Ricca Gonçalves, do Hospital de São João, revela ter sido "completamente bombardeada esta semana e na semana passada com dúvidas dos doentes com a vacina (AstraZeneca) já marcada e muitos deles com muito receio de fazer a vacina".
Luciana Ricca Gonçalves é médica no Serviço de Imunohemoterapia e na consulta de doentes com risco trombótico tem sido questionada sobre os riscos associados à vacina do consórcio anglo-sueco.
A especialista responde que "os doentes têm de pensar que é muito superior o risco de desenvolver uma doença grave com Covid do que propriamente desenvolver uma trombose com a vacina".
Noutro plano, Luciana Ricca Gonçalves considera "muito difícil responder" se se devia evitar a utilização da Vacina da AstraZeneca a pessoas com problemas vasculares e com doenças de sangue. A médica refere que "não sabemos se as pessoas que tiveram os tais problemas de trombose associados à vacina tinham ou não patologia prévia diagnosticada, ou seja, se eram pessoas que tinham problemas cardiovasculares ou não".
O Reino Unido decidiu suspender esta quarta-feira a vacina do consórcio anglo-sueco a menores de 30 anos, mas Luciana Ricca Gonçalves entende que "não faz sentido" a União Europeia optar por uma solução idêntica.
A médica lembra, por exemplo, que a heparina, “um fármaco utilizado no mundo inteiro”, também “pode desenvolver um efeito adverso semelhante" ao registado com a vacina da AstraZeneca, mas, por agora, "não foi limitada a utilização desse fármaco a determinadas populações".
"Eu acho que limitar e começar a dividir as populações em grupos e grupinhos e a limitar a administração da vacina vai criar receios infundados"; sublinha a médica do Hospital de São João.