O primeiro-ministro cessante deu garantias a Bruxelas, esta quarta-feira, de que o país vai continuar alinhado com o projeto da União Europeia (UE), apesar da transição governativa e do crescimento da extrema-direita.
"As pessoas estão todas curiosas para saber o que é que vai acontecer. A explicação fundamental é: os dois principais partidos, que têm sido a base de suporte de Portugal ao projeto europeu, continuam largamente maioritários", disse António Costa, no final de uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O primeiro-ministro cessante acrescentou que "o próprio Chega, ao contrário do que acontece com outros partidos de extrema-direita em outros países da Europa, nunca fez uma campanha contra a UE, a explorar qualquer atitude de euroceticismo".
António Costa recordou que o partido liderado por André Ventura, que viu a bancada parlamentar crescer de 12 para pelo menos 48 deputados em apenas dois anos, apoiou desde o primeiro momento o apoio prestado pelos 27 à Ucrânia, na sequência da invasão russa.
E a população portuguesa "é das mais pró-europeias dentro da Europa", completou o primeiro-ministro cessante.
"As instituições europeias têm boas razões para estarem totalmente tranquilas desse ponto de vista [euroceticismo propagado pela extrema-direita], quanto à mudança de Governo, não haverá uma mudança da política europeia ou da política externa", concluiu.