O Presidente norte-americano, Donald Trump, promulgou esta segunda-feira uma lei que garante verbas vitalícias para o fundo de compensação às vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, acabando com um impasse legislativo de alguns anos.
A assinatura da lei, aprovada na semana passada pelo Congresso, ocorreu no Jardim das Rosas na Casa Branca, em Washington, na presença de mais de 60 elementos de forças de segurança e de socorro (bombeiros, polícias, equipas de emergência médica e civis) que estiveram envolvidos nas operações de resgate e de socorro nos vários locais atingidos pelos ataques de 2001, que fizeram quase três mil mortos. A nova lei prolonga o prazo de vigência do fundo criado após os ataques terroristas de 2001 até 2092, tornando-o, na prática, permanente.
“Vocês inspiram toda a Humanidade”, declarou Donald Trump, dirigindo-se à plateia presente na cerimónia, que apelidou como “os verdadeiros guerreiros americanos”.
Trump destacou o trabalho desenvolvido por estas pessoas, que prestaram assistência às vítimas naquele dia de setembro (há quase 18 anos) e que permaneceram no terreno, nos locais dos atentados, durante vários meses em operações de busca. O Presidente frisou ainda que os Estados Unidos têm a “obrigação sagrada” de cuidar destas pessoas e das respetivas famílias.
Esta nova lei surge num momento em que os casos de doenças (como problemas respiratórios, digestivos e vários tipos de cancro, nomeadamente do pulmão) ou de morte entre as pessoas envolvidas nas operações de socorro dos atentados de 2001 têm vindo a aumentar.
O fundo de compensação inicialmente estipulado pelas autoridades norte-americanas rondava os 7,4 mil milhões de dólares (cerca 6,6 mil milhões de euros).
Com o passar dos anos, a verba começou a revelar-se insuficiente e recentemente os administradores do fundo aplicaram cortes nos pagamentos de benefícios, em alguns casos até 70%. No passado dia 23 de julho, o Senado (câmara alta do Congresso) aprovou a lei, esta segunda-feira promulgada por Trump.
A votação final, que contou com 97 votos favoráveis e dois contra, surgiu depois de os senadores democratas concordarem em votar as emendas propostas pelos dois senadores republicanos que estavam a bloquear a lei.
Quase três mil pessoas morreram a 11 de setembro de 2001, nas Torres Gémeas (World Trade Centre, em Nova Iorque), no Pentágono (a sede do Departamento de Defesa norte-americano) e em Shanksville (Pensilvânia), num ataque com aviões desviados ordenado pelo líder da rede terrorista Al-Qaida, Osama bin Laden, morto 10 anos depois, em maio de 2011, num ataque no Paquistão ordenado pelo então chefe de Estado norte-americano, Barack Obama.
Mais de 40 mil pessoas inscreveram-se neste fundo de compensação, que cobre doenças potencialmente relacionadas pela permanência nos locais afetados pelos ataques de 2001.