Ucrânia proíbe exportações de cereais, açúcar, sal e carne
09-03-2022 - 09:20
 • Sofia Freitas Moreira com Reuters

Trata-se de uma decisão que terá também impacto em vários países importadores destes produtos ucranianos, podendo conduzir à escassez de cereais e ao aumento dos preços do arroz e cereais.

Kiev acaba de proibir as exportações de centeio, cevada, trigo sarraceno, açúcar, sal e carne, até o final deste ano, de acordo com uma resolução do Governo ucraniano publicada, esta quarta-feira, manhã.

Segundo a agência Reuters, o objetivo é manter o fornecimento de bens alimentares à população e às forças militares ucranianas.

Trata-se de uma decisão que terá também impacto em vários países importadores destes produtos ucranianos, podendo conduzir à escassez de cereais e ao aumento dos preços do arroz e cereais.

A Rússia e a Ucrânia juntas são responsáveis por cerca de 30% das exportações mundiais de trigo e cevada.

O ministro irlandês da agricultura, Charlie McConalogue, disse à RTE que os agricultores, muitos produtores de lacticínios e de carne de bovino, deveriam considerar o cultivo de cereais este ano, sublinhando ainda que o país importa 60% dos seus cereais.

Na terça-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto de "medidas especiais" para dar garantias à economia da Rússia e que autoriza o governo a proibir exportações de produtos e matérias-primas.

As "medidas especiais" são tomadas para "garantir a segurança da Federação Russa e a operação ininterrupta da indústria" e estará em vigor até 31 de dezembro de 2022, segundo noticiaram agências de notícias russas.

O decreto proíbe "a exportação para fora da Federação Russa" de produtos e (ou) matérias-primas que serão especificadas numa lista a ser aprovada pelo governo russo nos próximos dois dias.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.