A política de "contas certas" do Governo "desacerta a vida" dos portugueses e "agrava os problemas do país", critica o secretário-geral do PCP. Paulo Raimundo exige um "aumento geral e significativo" dos salários e das reformas.
No discurso de estreia na Festa do Avante!, Paulo Raimundo afirmou este domingo que "a política do PS, apoiada no essencial por PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal, submissos que estão todos ao euro, às imposições da União Europeia e ao cutelo das contas certas, não serve e agrava os problemas do país".
"As contas certas deles desacertam, e de que maneira, as nossas vidas e o rumo do país", defendeu.
O líder comunista apontou que "são evidentes os efeitos de uma política que, no essencial, está ao serviço dos interesses e objetivos dos grupos económicos, opção para a qual converge a ação do Governo PS, a sua maioria absoluta e a intervenção de PSD, CDS, Chega e IL".
"É chocante a contradição entre a realidade da vida dura dos trabalhadores e do povo e os lucros dos grupos económicos", disse Raimundo.
O secretário-geral comunista exigiu também o "aumento geral e significativo" dos salários.
No discurso de encerramento da Festa do Avante, Paulo Raimundo anunciou a apresentação de medidas no Parlamento.
Entre as medidas que serão entregues pelo PCP estão um aumento de todas as pensões em 7,5%, com o mínimo de 70 euros.
Para combater a crise na habitação e subida das taxas de juro, os comunistas vão propor a fixação dos spreads bancários pela Caixa Geral de Depósitos em 0.25 ou o limite máximo de 0.43 no aumento das rendas já em 2024.
Paulo Raimundo, que sucedeu em novembro a Jerónimo de Sousa no cargo de secretário-geral do PCP, fez o seu primeiro discurso na Festa do Avante!, o ponto alto da "rentrée" comunista, que termina hoje na Quinta da Atalaia, no Seixal (distrito de Setúbal).