A ministra da Cultura, Graça Fonseca, pediu à Direção-Geral do Património para avaliar uma eventual classificação do Teatro de Portalegre que está à venda na internet.
“Solicitei internamente à Direção-Geral do Património Cultural que fosse avaliada a possibilidade ou não da classificação do imóvel, e qual poderia ser a limitação de usos de um imóvel que é privado”, disse a governante em reação à noticia avançada pela Renascença.
Em Portalegre, bem no centro histórico da cidade está à venda o Teatro Portalegrense, de 1858, pedindo-se, na plataforma OLX, 350 mil euros por um edifico que, diz o anúncio, é “único” e com uma “grande história”.
A ministra Graça Fonseca explicou esta terça-feira que defende a necessidade de uma politica estratégica de defesa e salvaguarda do património a nível nacional.
Em declarações à margem da abertura do festival Correntes d’Escritas, a titular da Cultura explicou que já viu imagens do teatro e considera que está em bom estado de preservação, por isso é preciso perceber se há espaço a uma classificação que condicione o seu uso futuro para outros fins.
“É um edifício municipal com um interesse histórico muito importante que é do domínio privado há muitos anos, que nunca foi sequer classificado de interesse municipal”, explica a titular da pasta da Cultura.
A ministra disse que o ministério vai agora “ter de perceber antes de decidir”. Graça Fonseca alertou ainda para o facto de Portugal ser “um país com um património extraordinário”, e não devemos olhar para ele “apenas quando sai uma notícia de que está a venda um teatro”.
Graça Fonseca fala da necessidade de avaliar porque é que o Teatro Portalegrense não está classificado, e “avançar para a classificação e ter um plano de preservação”.
Sobre a possibilidade de ser colocada uma providência cautelar que evite a venda do imóvel, a ministra disse não querer “especular”.
Graça Fonseca diz que o tempo é de avaliar para depois agir, mas sempre vai dizendo que o Estado “não pode fazer tudo”.
De seguida, deixou um aviso para o futuro: “É muito importante que estas situações não sejam identificadas apenas no ponto em que estamos [de venda]. É muito importante que isso aconteça antes, e esse é o trabalho que estamos a fazer”.