“No Sudão do Sul, a coisa mais importante é o diálogo. Sem diálogo entre nós, não será fácil vivermos juntos, nem tomar uma posição comum”, disse à Renascença, em Roma, o arcebispo de Juba.
O novo cardeal Stephen Ameyu Martin Mulla, 59 anos, sublinha que a visita do Papa ajudou a aproximar as várias fações e até os políticos mais resistentes retomaram o diálogo.
O arcebispo de Juba mostra-se preocupado com os riscos que a secularização pode trazer ao seu país.
“No nosso país, o principal desafio que sentimos é a questão da modernidade. Apesar de sermos uma nação muito jovem, absorvemos muito rapidamente o que é a vida moderna. E assim a Igreja Católica, no Sudão do Sul, também tem os mesmos problemas que existem nos outros lugares.”
Sobre a sua nomeação para cardeal, o arcebispo de Juba ainda não se refez da surpresa: “Encontrei-me três vezes com o Santo Padre durante a visita ao Sudão do Sul, mas não nos sentámos para dialogar e conversar. Por isso, estou surpreendido que ele me tenha nomeado”, afirma.
O cardeal Stephan Mulla recorda que quando o Papa viu o seu povo, lhe disse: “80% do teu povo é jovem e eu acho que esses jovens precisam ser fortalecidos”.
E o arcebispo revela o que lhe respondeu: “Santo Padre, vou fortalecê-los com a minha pouca fé”.
E na véspera do Consistório, acrescenta, com um sorriso tímido: “É por isso, em obediência ao Santo Padre, estou aqui para lhe dizer que o servirei onde ele quiser que eu sirva”.