No Explicador Renascença desta sexta-feira vamos falar dos conselhos da PSP para arrendar casa em segurança. As burlas estão a aumentar. Ainda esta semana foram detidas 12 pessoas por causa de um esquema que visava, sobretudo, estrangeiros a trabalhar em Portugal.
São assim tantas as burlas neste setor?
São frequentes. No ano passado, as burlas com arrendamento provocaram prejuízos superiores a um milhão e 750 mil euros De acordo com a PSP, este tipo de crimes, decorrentes de burlas e falsos arrendamentos, estava sobretudo relacionado com casas de férias. Até 2021 havia à volta de 500 casos por ano, mas nos dois últimos anos - 2022 e 2023 - esse número mais do que triplicou para mais de 1.500 burlas por ano no mercado de arrendamento residencial.
Foram feitas detenções?
Segundo os dados da PSP, desde 2017 foram identificados mais de 270 suspeitos pela prática deste crime. Sendo que só no ano passado foram instaurados mais de 190 processos, distribuídos por todo o território nacional.
De que tipo de burlas é que estamos a falar?
A PSP refere que “as situações mais comuns” surgem aliadas ao uso de novas tecnologias que vieram facilitar as reservas e os pagamentos sem que arrendatário e proprietários se vejam ou tenham qualquer tipo de contacto.
Normalmente, a pessoa identifica uma casa que lhe interessa na internet ou nos classificados dos jornais, negoceia o valor do arrendamento através de email ou telemóvel e, depois, é levada a fazer um pagamento, seja de um sinal ou do valor da renda, por transferência bancária, ou a enviar um cheque ou dinheiro pelo correio.
O mais comum, nos casos de burla, é que a casa em questão nem sequer exista ou que já tenha sido arrendada a múltiplas vítimas. Alguns grupos usam documentos de outras pessoas, que também foram vítimas de burla, para levar o lesado a acreditar no negócio. Também há casos em que recorrem a páginas falsas de plataformas internacionais de arrendamento de imóveis.
A vítima fica sem dinheiro e sem casa?
Sim, até porque habitualmente depois de confirmada a transferência de dinheiro, os burlões costumam desligar os contactos associados ao anúncio, ou mantêm contactos evasivos com as vítimas, que por vezes, sobretudo no caso das burlas com casas de férias, só quando chegam ao destino é que percebem que foram enganadas.
E como é que se evitam essas burlas?
A PSP aconselha o recurso a sites de jornais ou empresas de classificados que garantam a veracidade dos anúncios. Recomenda, também, a desconfiar de preços abaixo do praticado no mercado, a confrontar as moradas e imagens disponibilizadas no anúncio com os mapas disponíveis. Também devem ser evitadas transferências de dinheiro sem a certeza absoluta de que o negócio e o anunciante são legítimos e guardar também todas as mensagens, emails e outras comunicações relativas ao arrendamento. Se mais tarde surgirem problemas, pode ajudar.