Em entrevista a Bola Branca, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, mostra-se muito critico para os dirigentes que estão a aproveitar a paragem do futebol para não cumprirem com as obrigações que tem com os jogadores.
“Nós estamos disponíveis para fazer sacrifícios, mas neste momento não há motivo para que os clubes não cumpram as suas obrigações, porque as receitas foram antecipadas, e o impacto financeiro não é evidente. A maioria dos clubes têm sido sensatos, mas há meia dúzia de clubes, que são sempre os mesmos, que estão aproveitar-se da situação, e isto é uma ofensa ao futebol e aos portugueses”, afirma.
Nestas declarações, Joaquim Evangelista mostra-se convicto que terá de haver uma aproximação à realidade económica portuguesa
“Depois da crise nada vai ser como antes. Vai ter que haver um ajustamento à realidade económica, mas a primeira responsabilidade será dos clubes que não podem ter mais olhos do que barriga, não gastarem mais do que geram. Esta questão de colocarem os jogadores no olho do furacão, como se fossem os responsáveis do que está a acontecer é injusta por parte dos clubes. Se tivermos de fazer sacrifícios, estes têm de ser feitos por todos, jogadores, dirigentes, treinadores, árbitros e agentes”, sublinha.
O presidente do Sindicato de Jogadores defende que os clubes têm capacidade para garantir o salário dos jogadores pelo menos mais dois meses.
“Acho que os clubes vão para já cumprir as suas obrigações, porque têm margem para o fazer até ao final da época”, avisa.
Evangelista diz que podem ser questionados os valores praticados, algo que não é culpa dos jogadores. E diz que esta situação devia servir para afastar dirigentes e clubes que só mancham o nome do futebol português.
“A culpa dos valores praticados é do mercado, e de quem inflacionou o mercado, admito que têm de ser feitas correcções. Vamos ter de mudar de vida, os jogadores estão preparados para isso, mas estarão os clubes e os dirigentes ? Não aceito que meia dúzia de dirigentes, que são os incumpridores, sejam os primeiros a queixarem-se. Esta crise deveria ser aproveitada para nos livrar-mos de alguns dirigentes e clubes que estão a mais, que só afectam a credibilidade desta industria”, concluiu