O ministro dos Assuntos Parlamentares afirma que o novo Governo está "totalmente disponível para trabalhar com todos" na Assembleia da República e não pretende "redefinir a composição parlamentar", manifestando-se "preparadíssimo para o diálogo".
Em declarações aos jornalistas à porta do Palácio da Ajuda, em Lisboa, depois de ter participado na tomada de posse do XXIV Governo Constitucional, Pedro Duarte foi questionado se o novo executivo também pretende dialogar com o Chega no parlamento.
"Nós temos uma representação parlamentar e os portugueses escolheram quem escolheram, e eu acho que nós temos com toda a humildade de saber respeitar o voto dos portugueses e não vai certamente ser o Governo a redefinir a composição parlamentar e, portanto, estamos totalmente disponíveis para trabalhar com todos", respondeu.
Pedro Duarte garantiu que o novo Governo está "extraordinariamente focado" no trabalho que tem pela frente, "em nome do interesse do país e da vida dos portugueses", e sublinhou que o novo executivo, "com espírito democrático, grande abertura e cooperação de todos", irá levar "a bom porto" esse trabalho.
Interrogado se já fez uma pós-graduação em diplomacia para garantir que o parlamento vai funcionar com a sua atual composição, o novo ministro garantiu que "vai funcionar".
"Eu acho que a democracia funciona até de forma mais intensa, se calhar, nestes momentos, porque nós podemos ter todos a tentação de achar que impor as nossas ideias de forma unilateral é mais eficaz, mas não é o mais saudável em democracia", frisou.
Para o ministro dos Assuntos Parlamentares, "é muito importante que haja esse espírito de diálogo, essa vontade de gerar consensos" porque, no fim do dia, todos os partidos pretendem contribuir "para uma vida melhor de todos os portugueses".
Pedro Duarte considerou ainda que "vai ser fácil dialogar" no parlamento, apesar de reconhecer que "muitas vezes vai haver opiniões divergentes", e, questionado se está preparado para o diálogo, respondeu: "Preparadíssimo".
"Acho que faz parte da democracia, e quem de facto se sente democrata, genuinamente, como é o meu caso, eu gosto muito desse debate", afirmou.
Já interrogado se está também preparado para o confronto, o ministro dos Assuntos Parlamentares considerou que isso "faz parte também da democracia".
"Acho que a discussão de ideias, o debate de ideias é positivo, e nós temos de ver o lado positivo das coisas: é importante que haja essa dialética desde que depois, no fim do dia, todos percebamos que, acima de tudo, está o interesse do país e dos portugueses", disse, acrescentando que, se todos tiverem "essa elevação democrática, vai correr tudo bem".
Por sua vez, em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse que o novo Governo tem um plano para a saúde que foi estudado e analisado, e agora, "com as pessoas", o executivo vai "apresentá-lo e implementá-lo".
Interrogada sobre que medidas concretas constam desse plano, Ana Paula Martins disse que tem "medidas concretas seguramente" e visam "garantir saúde e acesso para as pessoas", mas não quis alongar-se mais sobre o assunto, salientando que ainda tem de ser discutido no seio do próprio executivo e depois será apresentado.
"É um dia em que vamos iniciar o nosso trajeto e a nossa missão e gostava muito de dar uma palavra de confiança a todos os portugueses, a todas as portuguesas e a todos aqueles que vivem entre nós, de que estamos muito apostados, com muita energia, para trabalhar e conseguir dar este acesso", afirmou.
Já a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, afirmou estar "muito empenhada" na sua missão e manifestou-se confiante de que "vai correr bem", salientando que a equipa governativa é "fantástica".
Sobre as suas prioridades, a ministra elencou a "energia, o clima, as questões da água, os resíduos, toda a transição energética, as alterações climáticas", mas afirmou que pretende apresentar em breve o seu programa.
Já interrogada se o facto de ter sido eurodeputada a ajuda nesta tarefa, Maria da Graça Carvalho respondeu: "Claro, eu negociei a maior parte dos diplomas que agora temos de pôr em prática, tanto nos fundos como na legislação".