Na sequência de vários ataques russos às infraestruturas de energia da Ucrânia, o Presidente Volodymyr Zelensky veio sublinhar que o abastecimento não está ainda normalizado e pedir à população para diminuir o consumo de eletricidade.
“Os nossos trabalhadores da rede elétrica tiveram de efetuar encerramentos de estabilização, para além de outros encerramentos não previstos. Isso foi causado por um consumo mais elevado, do que aquele que é atualmente suportado pelo país. Como tal, quero apelar às autoridades regionais para que alertem para um consumo racional de eletricidade”, refere o Presidente ucraniano na sua habitual comunicação noturna e acrescenta: “Por favor, tentem limitar a vossa utilização de eletricidade nas zonas onde existem mais dificuldades, sobretudo durante as horas de maior consumo. Claro que a sua utilização em locais públicos também deverá ser reduzida”, apela.
Naquela que é a sua mais recente comunicação em vídeo, Volodymyr Zelensky também insiste na retirada das forças russas da central nuclear de Zaporíjia.
“Falei com o presidente francês Emmanuel Macron, sobre a implementação de vários pontos da nossa formulação para a paz, nomeadamente acerca da segurança de radiação e da situação da central nuclear de Zaporíjia, bem como a segurança energética da Ucrânia e da Europa. Estamos a trabalhar para garantir a implementação da ordem da Agência Internacional de Energia Atómica para cessar atividades hostis perto de instalações nucleares da Ucrânia. É por essa razão que a desmilitarização da central nuclear de Zaporíjia é extremanente importante”, alega.
Numa mensagem divulgada na rede social Twitter, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrel, manifesta total apoio à Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) "para trabalhar em prol da segurança nuclear e da zona de proteção ao redor" da central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia.
Na mesma mensagem, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança escreve também que está “preocupado” os recentes bombardeamentos do fim de semana e sustenta que “deve terminar o jogo nuclear russo”.
Apesar dos fortes bombardeamentos do fim de semana, a AIEA indica que não existem preocupações imediatas de segurança. Em comunicado, a agência revela que o equipamento principal permanece intacto.
A AIEA divulgou que os bombardeamentos ocorridos nos últimos dias foram os mais fortes dos últimos meses, sem atribuir responsabilidade a nenhuma das partes.
Moscovo e Kiev têm trocado acusações sobre a origem dos ataques.