A zona do Chiado, em Lisboa, registou o maior crescimento de rendas de comércio de rua na Europa durante o segundo trimestre deste ano, seguindo-se Budapeste, Roma e Milão, segundo dados da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, divulgados esta quarta-feira.
De acordo com o estudo “DNA of Real Estate”, publicado pela Cushman & Wakefield, consultora internacional em serviços imobiliários presente em mais de 60 países, as unidades de comércio de rua no Chiado verificaram, no segundo trimestre deste ano, “uma renda 'prime' de 115 euros, valor que representa uma evolução de 9,5% face a Março de 2017 e de 15% relativamente a igual período do ano passado”.
“Em média, as rendas de comércio de rua na Europa subiram apenas 0,2%, com Lisboa a encabeçar o ‘ranking’ de crescimento seguido pelas cidades de Budapeste (na mais famosa rua pedonal do país, Vaci Utca), Roma (Via Condoti) e Milão (Via Napoleone)”, revelou a consultora imobiliária.
Apesar de liderar o “ranking” de crescimento, a cidade de Lisboa regista “o quarto valor mais baixo de rendas de comércio de rua entre as 22 capitais europeias analisadas” e “o novo valor mais baixo das 45 cidades abrangidas pelo estudo”, com uma renda anual de 1.380 euros por metro quadrado.
“Apenas as capitais Sófia (Bulgária, 552 euros por metro quadrado), Bucareste (Roménia, 564 euros por metro quadrado) e Varsóvia (Polónia, 1.020 euros por metro quadrado) têm valores de renda de comércio de rua inferiores aos de Lisboa”, apurou o estudo, indicando que esse facto está associado ao crescente fluxo de turismo e ao imenso interesse que o mercado português capta junto de retalhistas internacionais e que “sustenta o crescimento de rendas que se tem vindo a registar”.
Segundo a Cushman & Wakefield, a implementação do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), em 2014, potenciou a valorização das rendas no comércio de rua em Lisboa, uma vez que veio “permitir a libertação de espaço nas ruas portuguesas e contribuir em larga escala para um forte movimento de reabilitação urbana”.
Além do novo quadro legislativo, a recuperação económica – com o subsequente aumento do consumo – e o crescimento do turismo permitiram reforçar a atractividade do comércio de rua de Lisboa, advogou a consultora imobiliária.
“Hoje as ruas de Lisboa, e em particular no Chiado, são responsáveis por uma parcela muito significativa do volume de procura de retalho registado na cidade”, concluiu o estudo “DNA of Real Estate”, avançando que ao longo do primeiro semestre deste ano foram identificadas mais de 100 novas operações nas ruas lisboetas, das quais mais de 20% na zona do Chiado.
26 mil euros por m2 em Londres
O “ranking” de rendas de comércio de rua nas principais capitais europeias é liderado pela cidade de Londres (New Bond Street), onde a renda anual situa-se nos 26.022 euros por metro quadrado, seguindo-se Paris (Champs Elysees – 18 mil euros por metro quadrado), Roma (Via Condotti – 11.500 euros por metro quadrado), Dublin (Grafton Street – 6.500 euros por metro quadrado) e Viena (Kohlmarkt – 4.620 euros por metro quadrado).