A família de Ali Daei, segundo melhor marcador de sempre por seleções masculinas, foi impedida de deixar o Irão, quanto iam juntar-se em férias ao antigo avançado, que tem vocalizado protestos contra o regime.
O avião em que seguiam a mulher e a filha do antigo internacional iraniano, com destino ao Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi intercetado e obrigado a aterrar na ilha de Kish. Os órgãos oficiais do Estado confirmaram que a família de Ali Daei fora proibida de deixar o Irão devido à sua "associação" com grupos antigovernamentais.
As duas mulheres foram obrigadas a descer do avião, mas "não foram detidas", segundo Daei, citado pela agência ISNA. O antigo avançado diz que não lhe foram oferecidas quaisquer explicações pelo sucedido.
Daei é um dos atuais e antigos atletas que se juntaram aos protestos catalisados pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, jovem iraniana curda, de 22 anos, detida três dias antes pela "polícia da moral" por violar o rigoroso código de vestuário da República Islâmica.
Ali Daei partilhou uma publicação do movimento "Libertem o cabelo" e mostrou apoio às mulheres iranianas nas redes sociais. "Estarei sempre do vosso lado", escreveu o ex-jogador, que tem antecedentes de críticas ao governo e é apoiante da presença de mulheres nos estádios.
No início de dezembro, a joalharia e o restaurante de Ali Daei foram encerrados pelas autoridades. Também chegou a ter o passaporte confiscado quando visitou o Irão, ainda que apenas por alguns dias.
Ali Daei é o segundo melhor marcador de sempre por seleções masculinas, com 109 golos em 149 jogos pelo Irão. Recorde batido pelo português Cristiano Ronaldo: 118 golos em 196 internacionalizações.