O programa Escola Digital, destinado a alunos e professores das escolas públicas, vai disponibilizar os primeiros 100 mil computadores "já no 1.º período letivo", priorizando os estudantes mais carenciados, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Educação.
Numa nota à comunicação social, o Ministério refere que "a primeira fase do processo de universalização da escola digital está em curso", contando, "já no 1.º período letivo, com a disponibilização dos primeiros cem mil computadores".
Segundo a nota, que não precisa datas para a entrega dos computadores, "a prioridade de fornecimento dos primeiros equipamentos são os alunos abrangidos por apoios no âmbito da Ação Social Escolar".
A tutela adianta que os computadores têm "tipologia diferenciada por ciclo de ensino e acesso à Internet por banda larga móvel".
O programa Escola Digital, que inclui a distribuição de computadores a alunos e professores, a capacitação de docentes e a disponibilização de "recursos pedagógicos digitais", será cumprido "de forma faseada", tendo como meta chegar a "todos os alunos e docentes das escolas públicas".
O investimento estipulado para o programa, que visa a "universalização da escola digital", é de 400 milhões de euros.
O Ministério da Educação adianta que encetou outras medidas, como o diagnóstico do nível de competência dos professores, "que permitirá direcionar o programa para a sua formação e capacitação", a formação de formadores, para "capacitar um elevado número de professores", a criação de planos de transição digital para cada agrupamento de escolas e um programa-piloto de desmaterialização de manuais escolares.
As escolas públicas têm cerca de 1,2 milhões de alunos que, em março, deixaram ter aulas presenciais devido à evolução da pandemia da Covid-19. Apenas os alunos dos 11º e 12º anos do ensino secundário regressaram à escola, em maio, para se prepararem para os exames nacionais de acesso à universidade.
O ensino à distância veio revelar que havia uma percentagem de estudantes que não acompanhava devidamente as aulas por falta de equipamentos ou de rede.
O ano escolar 2020/2021 arranca oficialmente, para os ensinos básico e secundário, entre 14 e 17 de setembro, retomando as aulas presenciais.
Subsiste, no entanto, a hipótese de as escolas terem de avançar para o ensino misto ou mesmo à distância, dependendo estas medidas do eventual aparecimento de casos de infeção de covid-19 entre a comunidade escolar.
A Confederação Nacional das Associações de Pais defende que os equipamentos devem pertencer às escolas e estar disponíveis em caso de necessidade.
A pandemia da Covid-19 já provocou pelo menos 910.300 mortos e mais de 28,2 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.855 pessoas dos 62.813 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A Covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.