​PCP sem tabus e com críticas ao PS porque não há acordo formal
15-09-2021 - 12:57
 • Pedro Filipe Silva

Críticas ao Governo e ao mesmo tempo discussões para chegar a consensos para o próximo Orçamento do Estado? Sim, não há qualquer problema, nem nenhuma contradição. Em plena campanha para as autárquicas, Jerónimo de Sousa recorda que não há qualquer compromisso formal com o executivo socialista.

As vozes de crianças não enganam. As aulas já começaram na Escola Básica Zeca Afonso, no Pinhal Novo, concelho de Palmela. Jerónimo de Sousa aproveitou o arranque do ano letivo para fazer uma visita.

A ronda pelas salas de aula foi rápida, porque a mensagem que queria passar já estava estudada. O secretário-geral do PCP aproveitou o momento para criticar o Governo e a falta de investimento na educação.

“Existe um problema de subfinanciamento por parte do Governo, em que a autarquia de Palmela teve de fazer um investimento de 400 mil euros, na melhoria das condições da escola. Uma contribuição valiosa que não pode levar à conclusão do governo de se desresponsabilizar daquilo que é responsável”, diz Jerónimo de Sousa ao lado do atual presidente e recandidato à Câmara Municipal de Palmela, o comunista Álvaro Amaro.


Se por um lado, o secretário-geral do PCP critica o Governo, por outro à espreita estão as negociações com vista à viabilização do próximo Orçamento do Estado para 2022.

Jerónimo de Sousa é claro e garante que não há contradição. “Não calamos a crítica porque não temos compromisso formal, acordo escondido com o Governo do PS. Não há contradição nenhuma. Naquilo em que é possível convergência, procuramos a convergência. Naquilo em que existe diferença e divergência, naturalmente, não acompanhamos o Governo do PS. Não há aqui nenhum tabu", afirma o dirigente comunista.

No entanto, Jerónimo de Sousa sublinha que esta posição “não significa qualquer quebra ou rotura de diálogo que é necessário em relação, particularmente, a matérias de fundo como é o Orçamento do Estado".

Já esta semana, em entrevista à Renascença, Jerónimo de Sousa veio rejeitar qualquer acordo pós-eleitoral com Fernando Medina, caso o candidato do PS não consiga a maioria absoluta.