"Há tanta fuga a encarar as realidades", afirmou perante os deputados. E voltou a assumir a sua quota-parte: contratualizou 200 milhões de euros dos 897 milhões que a PT investou em dívida da Rioforte e que não foi restituída à PT.
Na quinta-feira, Zeinal Bava disse que não sabia "em sã consciência" da aplicação na Rioforte.
Granadeiro diz que as aplicações financeiras na PT eram de muito curto prazo, normalmente de 90 dias. "Foram feitas 40 renovações das aplicações ao longo dos anos por cada uma das administrações", afirmou.
O ex-presidente da PT enfatizou ainda que "nunca houve reservas" por parte do conselho fiscal da PT, do revisor oficial de contas ou de auditores externos. "Não fizeram ênfases, reparos, ou pedidos de mais informações", sublinhou.
Henrique Granadeiro afirmou estar no Parlamento para contribuir para o esclarecimento da verdade. E diz que o faz jurando por Deus.
"Quero deixar claro que o faço por juramento, no sentido que isso tem para a minha confissão religiosa", afimou Henrique Granadeiro, que é católico, no início da sua intervenção.
Morais Pires arrasado
Granadeiro fez ainda um severo ataque a Morais Pires, director financeiro (CFO) do BES e que também pretencia à equipa de gestão da PT.
Em relação à aplicação de que todos falam, Henrique Granadeiro disse que "o CFO do BES tinha todas as condições para discernir todas as consequências" que a operação teria na PT.
"Tinha obrigações particulares", disse Granadeiro, sublinhando que Morais Pires era membro da equipa responsável pelo processo de fusão da telefónica com a Oi.
No Parlamento, o ex-presidente da PT disse ainda que até Fevereiro de 2014 os investimentos eram feitos na Espírito Santo International e que é por sugestão do "CFO e CEO do BES" que passam a ser feitos na Rioforte.
"À data que os investimentos são propostos, o GES tinha um histórico bastante positivo e proveitoso", garantiu Granadeiro. "Não havia informação no mercado que houvesse problemas com empresas do grupo GES."
Granadeiro disse que o facto de o BES e a PT partilharem quadros da gestão como Amílcar Pires e Joaquim Goes reforçava a confiança nos investimentos realizados.
[Notícia corrigida às 17h57. Henrique Granadeiro disse “há tanta fuga a encarar as realidades" e não "há tanta fuga a encarar as realidades"]