O cidadão cabo-verdiano agredido na madrugada de domingo no exterior de uma discoteca na ilha do Faial, nos Açores, acabou por morrer esta terça-feira de madrugada, no Hospital da Horta, onde se encontrava em coma induzido, disse à Lusa fonte hospitalar.
O homem, de 49 anos e natural da Praia, trabalhava no ramo da construção civil e foi vítima de uma agressão que o fez cair inanimado na via pública, com um hematoma craniano.
O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária, que tem estado desde segunda-feira a ouvir testemunhas, na cidade da Horta, mas, conforme disse à Lusa fonte ligada ao processo, ainda não deteve nenhum suspeito.
Depois de a vítima ter sido transportada pelos Bombeiros Voluntários do Faial para o hospital, ponderou-se a sua transferência para outra unidade, atendendo à gravidade do seu estado de saúde, mas a mudança não chegou a ocorrer devido ao "quadro clínico reservado".
Entretanto, está marcada para as 18h00 locais (19h00 em Lisboa) uma vigília e manifestação antirracismo em frente ao edifício da Câmara Municipal da Horta, organizada por um grupo de cidadãos que afirma que a morte de Ademir Araújo Moreno resultou de "puro ódio racial".
O presidente do município, Carlos Ferreira, apelou à calma, sublinhando que a ilha do Faial (cujo único município é o da Horta) é conhecida por "bem receber" e que os cidadãos estrangeiros que optam por ir para os Açores trabalhar ou residir são bem acolhidos e integrados na sociedade local.
"As autoridades judiciárias e os órgãos de polícia criminal farão, naturalmente, o seu trabalho e vão averiguar, certamente, as circunstâncias deste incidente, que é de lamentar", ressalvou o autarca faialense em declarações à Lusa, destacando que, agora, o que é necessário é "apurar responsabilidades e transmitir uma palavra de conforto e de calma" às famílias envolvidas.