O presidente do PSD, Rui Rio, considera haver 50% de probabilidades de existir uma crise política causada pelo ‘chumbo’ do Orçamento, reiterando a sua preocupação por o PSD ter avançado com a marcação de diretas e Congresso.
À saída de uma audiência com o Presidente da República, em Belém, onde anunciou o voto contra do PSD à proposta do Governo, Rio foi questionado se está convencido de que haverá legislativas antecipadas.
“Não tenho uma convicção profunda, se me pergunta probabilidades, direi 50/50. Não fico admirado se houver uma crise política e o PS resistir a estas fortíssimas exigências do PCP, mas também não fico admirado se o PS, para segurar no poder este Governo, resolver ceder ao Partido Comunista. Olhe, se pergunta a minha convicção, é 50% para cada lado”, disse.
Questionado se lhe parece preferível um orçamento ainda mais negociado à esquerda - que criticou - ou uma crise política, o líder do PSD remeteu para o PS a “habilidade” de negociar o documento “sem o degradar ainda mais”.
“Para o futuro do país, no enquadramento em que estamos, preferível é, do mal o menos, que não estraguem ainda mais a despesa e o défice”, disse.
Rio admitiu ter falado com o Presidente da República sobre as decisões do Conselho Nacional do PSD desta madrugada, que ‘chumbou’ a proposta da direção para suspender o calendário eleitoral interno até à votação do Orçamento e marcou já diretas para 04 de dezembro e congresso para janeiro.
“É evidente que eu fico muito preocupado que o Conselho Nacional tenha decidido o que decidiu, quando isso pode chocar com uma crise política, leia-se, eleições legislativas antecipadas”, afirmou, reiterando as preocupações que já tinha exprimido esta madrugada no final da reunião.
Questionado se falou sobre o seu futuro político com Marcelo Rebelo de Sousa - Rio ainda não disse se será ou não recandidato à liderança do PSD -, riu-se e disse não ser Belém o sítio para tratar uma matéria “exclusivamente interna”.
Rui Rio esteve acompanhado na audiência pelo vice-presidente Nuno Morais Sarmento, pelo secretário-geral José Silvano e pelo presidente do Conselho Estratégico Nacional (CEN) Joaquim Sarmento.