O “Por ti - Programa de Promoção de Bem-estar Mental nas Escolas”, que decorre ao longo de quatro anos letivos (2022 a 2026) com o objetivo de preparar melhor as pessoas através do desenvolvimento de competências de regulação emocional que contribuam para estilos de vida mentalmente mais equilibrados, ultrapassou todas as metas estabelecidas para o primeiro ano.
Em comunicado, a Associação EPIS - Empresários Pela Inclusão Social indica que as sessões de grupo do “Por ti” com alunos, famílias, professores e funcionários das escolas, até ao final de abril de 2023 envolveram “mais de 19 mil alunos do 3º ciclo com idades entre os 12 e 15 anos” e mais de 1.100 professores, mais de 700 assistentes operacionais e mais 500 famílias de mais 100 escolas públicas de 59 concelhos”.
“No que toca aos jovens, 76% reconhecem que as sessões do “Por ti” aumentaram o seu conhecimento sobre o bem-estar mental, 75% consideram que fizeram aprendizagens importantes que vão ser úteis no seu dia a dia, 69% sentem-se capazes de aplicar o que aprenderam e 67% vão utilizar as estratégias de regulação de emoções que aprenderam”, lê-se no documento.
Segundo a EPIS, as sessões do “Por ti” também “impactaram, de forma muito positiva, os professores, assistentes operacionais e famílias: 96% reconhecem que as sessões aumentaram o seu conhecimento sobre o bem-estar mental, 95% consideram que fizeram aprendizagens importantes que vão ser úteis no seu dia a dia, 93% sentem-se capazes de aplicar o que aprenderam e 92% vão utilizar as estratégias de regulação de emoções que aprenderam”.
São vários os sinais de alerta
À Renascença, Andreia Jaqueta Ferreira, da EPIS - Empresários Pela Inclusão Social, recorda que o programa foi para escola em janeiro e divide-se em duas fases.
“Uma primeira fase é uma fase unicamente sensibilização para o tema, em que fazemos sessões de sensibilização para alunos, famílias, professores e assistentes operacionais. E o objetivo principal desta primeira fase é consciencializar estes públicos sobre o bem-estar mental e sobre a necessidade de estar alerta para entender os primeiros sinais e sintomas”, explica.
Já na segunda fase “vamos um bocadinho mais fundo e vamos trabalhar com grupos de alunos e de professores, e aí vamos tentar identificar as situações de preocupação a nível da saúde mental. Tentar intervir nelas e depois perceber qual é que é o impacto da intervenção que iremos ter, mas isso só a partir de setembro do próximo ano”, acrescenta.
Questionada sobre que sinais de alerta poderão ser indicativos de problemas, a psicóloga refere que “podemos estar a falar de vários sintomas ao nível da saúde mental, situações de pressão de situações de automutilações”.
“Isso falando já das situações mais graves, mas quando estamos a falar a este nível, de estar alerta para os sinais de perigo, de preocupação é no fundo que estes alunos, estes públicos, entendam que há um conjunto de sinais que o nosso próprio organismo nos dá de que alguma coisa não está bem a nível da saúde mental e que é importante sabermos identificar esses sinais em nós e nos outros. O facto de estarmos menos atentos, de andarmos mais ansiosos, de termos dificuldade em dormir, isso para lhe dar alguns exemplos”, conclui.
O “Por ti” é financiado pela Z Zurich Foundation, gerido pela Zurich Portugal e Missão Azul, e implementado pela EPIS - Empresários Pela Inclusão Social em parceria com a Unidade de Psicologia Clínica Cognitivo - Comportamental (UPC³) da Universidade de Coimbra. Nos quatro anos, o programa vai envolver perto de 45 mil alunos.
Ao longo destes quatro anos, está também a ser desenvolvida investigação científica, com vista a avaliar o efetivo aumento do bem-estar mental.