A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou este domingo que o Governo vai avançar com um Observatório de Preços, com o objetivo de garantir que o consumidor pague um preço justo pelos bens alimentares. Em declarações aos jornalistas, à margem da da 11.ª Feira do Fumeiro do Demo em Vila Nova de Paiva, afirmou que aumento dos custos de produção não justifica a subida de preços no supermercado.
"A laranja teve uma quebra na produção de 46%, ou seja, o valor baixou 46%. Depois quando vemos aquilo que o consumidor está a pagar, não encontramos uma razão para esta justificação", exemplificou.
"Este aumento do preço da produção não é o único causador do aumento dos preços ao consumidor, há todo um conjunto de intermediários que têm uma palavra a dizer em relação ao aumento dos preços que hoje é sentido", afirmou.
"A crise que estamos a viver é avassaladora", apontou a ministra, garantido que o Governo vai "estudar todas as medidas para mitigar quebras que existam em todas as fases da cadeia alimentar e garantir que o consumidor paga um preço justo".
O observatório, previsto desde outubro, será constituído por várias entidades e estará pronto a trabalhar em abril e, segundo a página do Governo, tem "a missão recolher e analisar informação ao nível da estrutura de custos, preços e margens de valor" para "garantir uma monitorização eficaz da cadeia de abastecimento agroalimentar".
"Quando propusemos a criação deste observatório, indo buscar o modelo espanhol, que está a funcionar, foi para salvaguardar que não há nenhum elo da cadeia que saia prejudicado", explicou.
Apesar do abrandamento da inflação, os preços dos bens alimentares continuam a aumentar.
Já no sábado, em declarações aos jornalistas à margem do congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses, quando questionado sobre a notícia avançada pelo Expresso de que o Governo estaria a estudar alterações à lei para fixar um limite para as margens de lucro, o Presidente da República considerou que "é justíssimo" fiscalizar possíveis "aproveitamentos excessivos" em preços de produtos básicos.
"Em relação a aproveitamentos excessivos e injustificados em todos os produtos, principalmente em meios básicos, isso é justíssimo. Relativamente ao resto é preciso conhecer as ideias em pormenor", disse Marcelo Rebelo de Sousa