Os nove métodos mais utilizados de burla por telefone foram identificados pela PSP este sábado em comunicado, alertando a população para a ocorrência deste tipo de crime.
De acordo com a Polícia de Segurança Pública, "foram identificados nove métodos diferentes, que têm sido os mais utilizados na concretização desta prática criminal, e que correspondem a burlas, única e exclusivamente, praticadas através de telefone".
Entre os métodos mais utilizados, segundo a PSP, estão a burla "Olá pai, Olá mãe", do sistema MB Way ou de falsos empréstimos.
A PSP alerta a população para não fornecer dados pessoais considerados intransmissíveis e suspeitar sempre de quaisquer solicitações que tenham urgência, pressionando a um pagamento/transferência imediato.
As pessoas devem evitar fazer qualquer transferência monetária, principalmente para o nome de outra pessoa que não daquela com quem se está a estabelecer o negócio e suspeitar de qualquer transação aparentemente bastante rentável e vantajosa, segundo a PSP.
A população não deve efetuar quaisquer ações em aplicações que permitam a transferência de dinheiro se não se sentir familiarizado com o seu funcionamento e os procedimentos a adotar, indicou a PSP, sublinhando que se deve ter cuidado no caso de um número desconhecido a contactar, identificando-se como familiar ou amigo, devendo colocar-lhe questões que apenas o próprio soubesse responder.
Conheça as nove burlas mais frequentes:
- “Olá pai, Olá mãe”: os criminosos fazem-se passar por um familiar (normalmente filho), por mensagem via WhatsApp. Solicitam um pagamento para arranjar o telemóvel partido, para comprar um novo ou simplesmente para pagar uma suposta despesa inopinada e urgente;
- Falso arrendamento: perante um anúncio de arrendamento, a um preço bastante mais atrativo do que o habitual no mercado, é solicitado à vítima o pagamento do “sinal” do arrendamento fictício;
- Pagamento por MB Way: normalmente são desencadeados na sequência de um anúncio online de venda de um artigo, em que o burlão solicita que o pagamento seja efetuado por MB Way, explica a PSP, dando ele próprio as instruções para o efeito, levando a que a vítima lhe forneça os códigos de acesso ao levantamento numa caixa multibanco (ATM) da quantia estabelecida no negócio.
- Oferta de Emprego: Uma oferta de emprego ou trabalho numa empresa conceituada, habitualmente no estrangeiro ou longe de casa, com ordenado atraente, é oferecido à vítima, mas trata-se de outra burla. Os burlões pedem uma espécie de "sinal" à vitima para despesas variadas. A PSP também alerta para o fenómeno de "Pig Butchering", em que o burlão anuncia o suposto emprego totalmente online - gostar de vídeos na aplicação YouTube, por exemplo -, pagando à vítima pelas tarefas cumpridas, chegando a uma fase em que solicita à vítima que pague um valor pela tarefa que lhe irá ser conferida, com a promessa de que o valor que lhe será retribuído será muito superior;
- Falso empréstimo: também é uma das burlas mais utilizadas, nomeadamente quando o burlão pede a documentação da vítima e solicita também uma quantia de dinheiro para pagar taxas e concluir o processo, informando que o depósito do valor do empréstimo demorará alguns dias a ficar disponível na sua conta;
- Compra a venda de automóveis: esta burla ocorre quando o criminoso coloca um anúncio em plataformas de compra e venda de viaturas "online", a um preço bastante mais atrativo que o habitual no mercado, e pede dinheiro à vitima para o transporte do automóvel ou outras despesas. O burlão pode clonar uma viatura e oferecê-la em várias plataformas da internet;
- Falso funcionário: ocorre quando o criminoso apresenta-se como funcionário de uma instituição credenciada [PSP, GNR, ASAE, PJ, AT], fazendo-o através de um contacto telefónico, um site falso, um e-mail ou uma mensagem escrita, indicando que a vítima tem coimas ou outras pendências por regularizar. Recentemente, também há registo de falsos veterinários que pedem o envio de dinheiro para a devolução de animais de estimação desaparecidos;
- Falso SMS de dívida: nesta burla, é solicitado à vítima o pagamento de um serviço - na mensagem já são indicadas a referência e entidade - sob pena de vê-lo cortado;
- Falso CEO: consiste num contacto no qual o burlão se faz passar por um responsável de uma empresa ou organização, solicitando a um funcionário dessa mesma empresa ou organização que proceda a um pagamento, ao envio de algum tipo de informação sensível, ou à alteração de dados bancários.