Fernando Medina e João Taborda da Gama são unânimes em considerar prematura a definição de regras para a utilização da praia.
“Antes da praia, é preciso perceber os negócios e os serviços que vão reabrir e que protocolo sanitário devem ter. Isso é que me preocupa”, afirma Taborda da Gama nesta quinta-feira.
No seu entender, “falta uma estratégia coordenada” sobre a reabertura da sociedade e “dá um pouco a ideia de que ninguém sabe o que se vai fazer”.
“Preocupa-me as agências bancárias, os escritórios, os serviços de atendimento ao público e gostava ver uma coisa integrada sobre isso, mais do que estar aos bochechos” a anunciar medidas, remata, acrescentando: “há-de se resolver a praia”.
Fernando Medina concorda que “é prematuro” falar em reabertura da praia, uma vez que “há questões fundamentais de como se vai fazer a reabertura” da atividade económica e não só.
“O primeiro-ministro já anunciou de algum tipo de comércio de proximidade, depois as escolas de ensino presencial para os anos terminais, 11.º e 12.º ano, e a tentativa de abertura das creches a partir de junho”, recorda o presidente da Câmara de Lisboa, medidas “nas quais se está a trabalhar, o que vai implicar também um tratamento diferente da questão dos transportes públicos, que estamos a trabalhar com o Governo para que possam funcionar com condições reforçadas de segurança”.
Fernando Medina sublinha para a importância da consciência individual de cada cidadão no pós-2 de maio.
“Volto a repetir: a grande chave desta fase é percebermos que isto não acabou”.
“Vamos entrar numa fase muito mais difícil de gerir. Ficar em casa é uma mensagem muito simples; ficar na rua, com uma atividade mais normal, mantendo sempre alerta a proteção individual e a proteção dos outros é muito mais exigente para os comportamentos de cada um”, sublinha.
“O estado de emergência é um estado formal, vírus continua cá e vai continuar a expandir-se”, reforça.
Sobre a existência de vários migrantes em Portugal com Covid-19, que estavam alojados num hostel de Lisboa, o autarca diz que houve muita informação menos correta “veiculada no início” e que o espaço, bem como a zona envolvente, está a ser desinfestada.
“São pessoas que chegaram, não por via dos canais de diálogo governamental relativamente aos refugiados – porque esses são devidamente acompanhados – mas que chegam em diferentes circunstâncias e que requerem asilo e estão a aguardar resposta. Estão de certa forma à guarda do SEF, sabe-se quem são e onde estão e é o próprio serviços que assegura esse acolhimento até que a sua situação seja clarificada”, explica Fernando Medina.
João Taborda da Gama alerta que “é preciso muito cuidado a lidar com situações que envolvam refugiados para que não haja xenofobias em cima de uma situação de pânico”.