Cerca de um milhão de pessoas manifestaram-se hoje em França contra a reforma do sistema de pensões do Governo, estimaram os organizadores do protesto, 300 mil das quais em Paris, onde foram detidos pelo menos 26 manifestantes.
As autoridades policiais disseram que na capital francesa foram detidas 26 pessoas e que, entre os manifestantes, se encontravam encapuzados que protagonizaram ataques a diversos estabelecimentos comerciais.
Esta jornada de protesto, a sétima mobilização semanal consecutiva, foi convocada pelos principais sindicatos franceses, liderados pela Confederação Geral de Trabalhadores (CGT), e contou com a participação do líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que esteve estado presente na manifestação de Marselha, que juntou cerca de 7.000 pessoas.
"Creio que necessitamos de uma saída democrática para esta situação de impasse", afirmou o dirigente partidário da esquerda.
Já o secretário-geral da CGT, Philippe Martínez, desafiou, no início da manifestação de Paris, o Presidente Emmanuel Macron a "consultar os franceses" sobre a reforma que propõe para o sistema nacional de pensões.
"A maioria é absoluta na oposição a esta injusta reforma e no apoio à mobilização e às greves", salientou Martínez, citado pela agência Europa Press.
A Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) pediu hoje às companhias aéreas que cancelem 20% dos seus voos previstos para este fim de semana em vários aeroportos, incluindo París-Orly, devido à greve dos controladores aéreos.
Na quinta-feira, o Senado francês, com a maioria de direita, votou o adiamento da idade mínima de reforma de 62 para 64 anos, o principal ponto da alteração proposta pelo Governo para o sistema de pensões.
A votação aconteceu no final de uma maratona parlamentar de 15 horas de discussão sobre aquele artigo, tendo a esquerda apresentado centenas de emendas para impedir o debate e a direita recorrido a um dispositivo excecional para as ultrapassar.
Além do processo parlamentar, que pode terminar na próxima semana, o grande obstáculo para Macron têm sido os protestos na rua, organizados por todos os sindicatos, reunidos numa união considerada sem precedentes em França.
O Governo justificou o aumento da idade de reforma para responder à degradação financeira dos fundos de pensões e ao envelhecimento da população.