A entrega da gestão da Valorsul a privados degradou as condições laborais dos trabalhadores da empresa, afirmou esta terça-feira de madrugada o secretário-geral da CGTP.
Arménio Carlos esteve presente no arranque da greve que começou às zero horas desta terça-feira, e declarou que as queixas dos trabalhadores provam que a privatização da empresa de resíduos "foi um erro".
"Primeira prova provada de que, depois da entrega desta empresa à Mota Engil, se continua a retirar as mais-valias que a Valorsul teve nos últimos anos, sem, no entanto, cumprir com as obrigações para com os trabalhadores", sustentou.
Os trabalhadores da empresa que trata do lixo em 19 municípios da Grande Lisboa e zona Oeste iniciaram uma paralisação de 32 horas para reivindicar um aumento dos salários.
A Valorsul é uma das unidades pertencentes à Empresa Geral de Fomento (EGF), que foi já privatizada.
O processo de privatização da EGF desenvolveu-se através de um concurso público internacional, lançado no primeiro trimestre de 2014 pelo primeiro Governo de Pedro Passos Coelho, tendo ficado concluído em Julho de 2015 com a aquisição de 95% do capital (que pertencia à Águas de Portugal) por parte do consórcio SUMA, que integra a Mota-Engil.
"A privatização não foi uma boa saída. É um negócio que só favorece os interesses de uma empresa privada", defendeu Arménio Carlos.
Presente no arranque da greve esteve ainda a deputada do Bloco de Esquerda Isabel Pires, que também se manifestou contra a privatização da EGF.
"Mantemos a nossa posição de reversão e continuaremos a lutar por ela, sabendo que não será fácil", ressalvou.
Ao início da tarde de segunda-feira, em declarações à agência Lusa, Mário Matos, da comissão sindical dos trabalhadores da Valorsul, perspectivava uma adesão "quase total".