Odemira. 20 unidades turísticas afetadas e a contabilizar prejuízos
10-08-2023 - 14:48
 • Lusa

Associação Casas Brancas diz ser indispensável o apoio do Governo a este setor turístico e ao território que viu não só as unidades afetadas, como também os clientes cancelarem as reservas.

Perto de 20 alojamentos turísticos do concelho de Odemira (Beja) foram afetados, alguns com danos materiais, pelo incêndio que deflagrou no sábado, estimou nesta quinta-feira a associação Casas Brancas que está a contabilizar os prejuízos.

"Temos vários (alojamentos) nesta faixa do litoral alentejano e alguns deles foram afetados com danos materiais, como é o caso do Monte da Choça, que é do fundador das Casas Brancas, que perdeu parte do seu alojamento e infraestruturas de apoio", disse à agência Lusa, Mónica McGill, presidente da rede Casas Brancas.

Outras unidades que escaparam à violência das chamas foram afetadas "pela saída dos hóspedes e alguns cancelamentos", indicou.

Segundo a responsável, apesar do levantamento dos prejuízos estar ainda a ser feito, "há vários tipos de impactos a considerar" em consequência do incêndio que consumiu mais de oito mil hectares no concelho de Odemira.

"Falamos aqui, talvez, de umas 20 unidades, algumas mesmo com danos materiais e outras, com o impacto de terem o fogo tão próximo, de saída e não entrada de novos hóspedes", explicou a responsável.

Na quarta-feira, depois de o incêndio ter sido dado como dominado pelos bombeiros, muitos dos proprietários começaram aos poucos a regressar aos alojamentos para "ver exatamente o que perderam", contou.


A "esta nova realidade", disse, juntam-se "alguns cancelamentos", uma vez que "a paisagem está completamente diferente" depois da passagem do incêndio que fustigou o território nos últimos dias.

Associação defende apoios ao setor e território

Por isso, Mónica McGill defendeu ser "imprescindível e indispensável" a ajuda do Governo a este setor turístico e ao território.

"Estive sempre em contacto direto com o presidente da Turismo do Alentejo, a quem fui passando o ponto de situação, assim como ao presidente da Câmara (de Odemira), que tem sido incansável e estão encetados esforços" com o Governo "para brevemente se organizar uma reunião para saber que apoios se podem dar a estas pessoas", revelou.

Para a presidente da associação Casas Brancas, não basta apenas contabilizar os danos materiais, mas também os prejuízos causados pelo encerramento das unidades que "vão precisar de reconstruir".

"É preciso fazer o levantamento, não só dos danos materiais imediatos, como da parte da reconstrução e de todo o potencial económico que foi perdido num abrir e fechar de olhos", alertou.


Apesar do drama vivido nos últimos dias, a responsável lembrou que "mais do que nunca o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina precisa do apoio de todos".

"A paisagem em redor de algumas unidades pode não ser aquela que era a expectativa, mas a costa contínua fantástica", salientou.

O incêndio que deflagrou no sábado no concelho alentejano de Odemira e entrou nos municípios de Monchique e Aljezur (Faro) ainda mobiliza no terreno quase 1.000 operacionais e seis meios aéreos, mesmo estando dominado desde quarta-feira.

Pelas 12h00, mantinham-se no terreno 997 operacionais, apoiados por 341 veículos e sete meios aéreos, segundo informações publicadas na página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O incêndio, que foi dado como dominado às 10h15 de quarta-feira, ainda mantém vários pontos preocupantes, sobretudo na frente sul, pelo que os bombeiros deverão manter-se no terreno nos próximos dias, disse fonte da Proteção Civil num "briefing" realizado na quarta-feira.