O ministro da Educação desvaloriza a descida de capacidades dos alunos em Portugal na matemática, ciências e leitura do que há quatro anos.
Segundo os dados do PISA (programa internacional de avaliação dos alunos), promovido pela OCDE, a queda foi mais acentuada a matemática, competência na qual os alunos portugueses obtiveram uma média de 472 pontos, menos 20 do que há quatro anos.
Em declarações à Renascença, o ministro da Educação lembra que “este é o PISA da pandemia” e que “nenhum de nós esperaria” que “ter resultados melhores” do que a anterior edição deste programa de avaliação da OCDE.
João Costa reconhece que o documento é “é esperado com alguma ansiedade” pelos 81 países que integram o estudo e aquilo que nós vemos é que há, na OCDE, em praticamente todos os países, com algumas pouquíssimas exceções, uma queda generalizada dos resultados.
“Portugal acompanha essa queda. As diferenças que existem de um ponto aqui, dois pontos ali, não tem significância estatística, portanto nós estamos exatamente na média da OCDE, como estávamos em 2018”, acrescenta.
Ainda assim, João Costa garante não resignar-se com estes dados que, considera, serem indicadores que revelam que “temos de continuar a trabalhar”.
Além dos resultados a matemática, ciências e na leitura, o ministro chama à atenção para um dado que considera “interessante”: “não se regista a diferença de resultados em função da natureza dos estabelecimentos”, ou seja, “escolas públicas e escolas privadas têm resultados semelhantes”.
João Costa destaca também “que, em termos de equidade, nós temos quebra nos alunos com melhores resultados, mas temos uma redução de 10 pontos nos alunos com piores resultados, o que significa que nós estamos a conseguir puxar os alunos mais fracos para cima”.
O ministro da Educação chama também à atenção para “um grande aumento dos alunos imigrantes, passa de 7% para 11% da amostra”.
João Costa refere ainda os indicadores sobre o bem-estar dos alunos.
“Os alunos portugueses sentem pertença à escola e reportam uma das taxas mais baixas de bullying em contexto escolar, 5%”.
O governante considera que este “é um sinal de esperança e que permite mostrar, contrariando, às vezes, alguns discursos catastrofistas, que as nossas escolas são mesmo lugares seguros e são lugares de felicidade para os alunos”.
Nesta entrevista à Renascença a propósito da publicação dos dados PISA 2022, o ministro João Costa abordou outros assuntos, entre os quais o seu apoio a Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS, que prevê, caso seja eleito primeiro-ministro, a recuperação do tempo de serviço de todas as carreiras da função pública, entre elas os docentes.
João Costa considera que este será o "caminho da continuidade da recuperação de rendimentos" que tem sido percorrido pelos governos liderados por António Costa, refere o governante.