O líder do Grupo Wagner, Yevgueny Prigojin, admitiu esta sexta-feira que as tropas ucranianas se aproximaram até 500 metros a noroeste de Bakhmut devido à fuga das forças regulares russas que protegiam aquele flanco da cidade.
“Se olharmos para os mapas, o que está a acontecer em Berkhovka significa que o inimigo está a aproximar-se de Bakhmut e estará a uma distância de 500 metros de Bakhmut, onde ocupará todas as posições táticas”, disse o líder do grupo paramilitar, visivelmente irritado, num vídeo no Telegram.
Prigojin comentou o relatório divulgado, esta sexta-feira, pelo porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, que afirmou que as tropas russas ocuparam “posições mais favoráveis” perto da barragem de Berkhovskaya, a noroeste da cidade.
Segundo o líder do grupo, “a perda da barragem de Berkhovskaya e desses territórios, que representam cinco quilómetros quadrados, implica que o inimigo libertou a estrada entre Bakhmut e Chasiv Yar” que as tropas Wagner bloquearam anteriormente como parte do cerco”.
Além disso, os ucranianos poderão “usar esta rota e aproveitar posições táticas das quais Bakhmut parece na palma da sua mão”, prosseguiu.
Prigojin lembrou que o grupo Wagner luta em Bakhmut desde 08 de outubro de 2022 e desde essa data ocupou praticamente toda a cidade, incluindo os territórios perdidos pelas tropas regulares russas nas últimas horas.
“Agora está a ocorrer o processo inverso: depois de entregarmos os flancos, ocorreu uma retirada ‘não’ tática e, por isso, o camarada Konashenkov está a falsificar a realidade. Houve uma fuga das unidades do Ministério de Defesa pelos flancos”, afirmou.
Depois disso, previu, os ucranianos começarão “o cerco gradual” de Bakhmut.
“Exatamente o que venho alertando há muito tempo. Por esse motivo, o ministro [russo] da Defesa [Sergei Shoigu] e o chefe do Estado-Maior [Valery Gerasimov] conseguiram com suas ações primeiro reduzir o número de tropas Wagner para que eles não pudessem segurar os flancos, então eles decidiram que os seus valentes soldados poderiam segurar os flancos, mas fugiram”, ironizou.
Prigojin insistiu que o Ministério da Defesa continua sem dar ao grupo paramilitar “armas ou equipamentos de guerra, com a intenção de que Wagner finalmente se esvazie”, e apesar disso, os seus grupos de assalto continuam a atacar os últimos redutos ucranianos no oeste da cidade.