O juiz Carlos Alexandre diz que a atribuição da fase de instrução da “Operação Marquês” ao seu colega Ivo Rosa pode ter sido influenciada pelo número de processos atualmente entregues a cada um dos juízes.
“Há uma aleatoriedade que pode ser maior ou menor consoante o número de processos que existem entre mais do que um juiz”, disse Carlos Alexandre, numa entrevista à RTP que será transmitida esta quarta-feira à noite.
O juiz responsável na fase de inquérito da chamada “Operação Marquês” acrescentou que, se forem entregues processos consecutivos a um determinado juiz, “a aleatoriedade do sistema pode alterar-se significativamente, em poucos dias”.
Carlos Alexandre critica, também, a forma como foi feita a distribuição dos dossiers com as provas: “No dia em que eu faltei, foi distribuída uma parte de determinado processo”.
Carlos Alexandre afirma que nunca receberia um processo incompleto e que tal nunca aconteceu no Tribunal Central de Instrução Criminal nos últimos 20 anos.
Em causa está o sorteio realizado no dia 28 de setembro nas instalações do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, no qual ficou decidido, através de um sorteio informático, que seria Ivo Rosa a liderar a fase de instrução da “Operação Marquês”, que envolve, entre outros nomes, o do ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Carlos Alexandre pediu um dia de folga para não estar presente.
A Renascença já pediu uma reação ao Conselho Superior da Magistratura (CSM).