Dirigentes da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) colocaram esta quinta-feira grandes faixas com reivindicações junto da Assembleia da República e criticaram o ministro da Educação, que tem que “ir embora”.
“Quem não sabe ter uma atitude democrática só tem um caminho, é sair, ir embora, dar lugar a quem saiba fazer melhor, coisa que este ministro já provou não ser capaz”, disse o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, ao dirigir-se aos dirigentes, delegados e ativistas da organização sindical.
Aos jornalistas o responsável explicou depois porque defendeu a saída do ministro Tiago Brandão Rodrigues, afirmando que o governante tem falta de “capacidade de diálogo e de negociação”.
“O que se espera de qualquer governante é que seja capaz de ouvir, tenha condições e capacidade para negociar o que é negociável. Por exemplo, as questões de segurança e saúde no trabalho são matéria de negociação obrigatória. E relativamente àquelas que são hoje as insuficientes condições nas escolas nada foi discutido com as organizações sindicais, e nada foi negociado também relativamente as questões orçamentais, nomeadamente quais é que deviam ou não ser contempladas” no Orçamento do Estado, lamentou.
Ao contrário, disse, o ministro da Educação teve uma única reunião com as organizações sindicais para lhes dizer que se continuassem a insistir em temas como a recomposição da carreira, recuperação do tempo de serviço, combate à precariedade ou aposentação “estavam a ir para becos sem saída”.
No discurso que fez, mas depois também aos jornalistas referiu declarações que Tiago Brandão Rodrigues subscreveu em reuniões internacionais, de apelos ao diálogo social ou de reforço do investimento na educação, que deve valer quatro a seis por cento do Produto Interno Bruto e no mínimo 15 a 20% da despesa pública, e que o mesmo Tiago Brandão Rodrigues é responsável por um Orçamento para a educação de 3,2% de financiamento público.
“Ou o ministro é capaz de dar respostas aos problemas da educação ou deve dar lugar a quem seja capaz de o fazer”, afirmou.