O Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente francês, emitiu um comunicado a anunciar que os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, concordaram com a realização de uma cimeira sobre “segurança e estabilidade estratégica na Europa”, segundo proposta feita pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
A informação surge depois de Macron ter realizado, este domingo, uma segunda conversa telefónica com Putin. Antes disso, o presidente francês já tinha estado também ao telefone com Biden.
O comunicado da residência oficial do presidente francês, refere que a cimeira deverá ser realizada, primeiro entre Putin e Biden, "e depois com todas as partes envolvidas".
Porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, escreveu uma declaração a informar que o presidente norte-americano concordou, “em princípio” com a realização de um encontro com o presidente da Rússia, desde que a Rússia não invada a Ucrânia. uma indicação também sublinhada pela presidência francesa.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, vão abordar o conteúdo desta cimeira durante uma reunião bilateral a acontecer no dia 24 de fevereiro.
OSCE reúne a pedido de Kiev
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) convocou, para esta segunda-feira, uma reunião extraordinária dos seus 57 países membros, que inclui a Rússia, para discutir a escalada de tensão militar na fronteira com a Ucrânia, anunciou o representante polaco da organização.
A reunião foi pedida por Kiev e destina-se a "abordar os problemas de segurança" por causa da "escalada na situação ucraniana", afirmou Adam Halacinski.
O representante polaco indicou que foi convidado o representante da missão de supervisão no leste da Ucrânia, Mikko Kinnunen, à frente do grupo tripartida (que inclui a Rússia e a Ucrânia) que vigia o cumprimento do cessar-fogo estabelecido em fevereiro de 2015.
Este grupo indicou no sábado que as violações do cessar-fogo na linha de contacto de Donbas, onde se confrontam forças ucranianas e separatistas pró-Rússia, aumentaram significativamente.
A OSCE anunciou, no sábado, um registo diário de mais de 1500 violações do cessar-fogo incluído nos acordos de Minsk para o conflito separatista no leste da Ucrânia.
Diplomacia europeia discute escalada de tensão
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discutem esta segunda-feira, em Bruxelas, com o homólogo ucraniano a crescente crise nas fronteiras da Ucrânia, onde a Rússia mantém meios militares que fazem recear um ataque em grande escala.
Os responsáveis das políticas externas dos 27, entre os quais Augusto Santos Silva, terão a oportunidade de trocar impressões com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, num pequeno-almoço informal a anteceder os trabalhos formais do Conselho.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo continua a desmentir qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.