A empresa francesa Lifeina venceu o concurso para empresas em fase inicial na conferência de tecnologia Web Summit, em Lisboa.
A Lifeina já tem 8.700 pré-reservas para o "minifrigorífico" portátil para medicamentos que custa pelo menos 150 euros, segundo o fundador.
Falando em conferência de imprensa, o presidente executivo da “startup” francesa, Uwe Diegel, indicou que o objectivo é vender o equipamento "em todos os países do mundo", havendo já um total de 8.700 pré-reservas.
Uwe Diegel precisou que, para já, a Lifeina vai começar por apostar em países como os Estados Unidos, a Austrália e os europeus, por já saber "como funcionam".
Em 2019, o objectivo é passar a disponibilizar este equipamento na Ásia e na América Latina, apontou.
De acordo com o responsável, os preços "variam entre 150 e 250 euros", dependendo do que o 'pack' traz - se apenas uma bateria ou mais e quais os acessórios.
A ideia para criar este mini frigorífico portátil surgiu ao início por brincadeira para poder armazenar medicação do seu irmão, evitando colocá-la no frigorífico doméstico, confidenciou Uwe Diegel.
"É um negócio acidental", admitiu, sustentando, ainda assim, que "os melhores projectos são guiados por necessidades".
Notando que a percentagem de pessoas que usa este tipo de medicação está a aumentar em todo o mundo, vincou que o equipamento se dirige a vários tipos de doenças, entre as quais cancro e esclerose múltipla.
"O maior problema é que as pessoas que sofrem destas doenças e querem continuar a trabalhar, não conseguem levar os medicamentos com elas e acabam por deixá-los em casa, tomando só quando regressam, e isso cria um efeito ioiô".
Este equipamento, que é recarregável, permite resolver esse problema e também monitorizar a temperatura da medicação e ainda avisa o paciente para tomar os medicamentos.
A longo prazo, o objectivo é criar um equipamento de maiores dimensões para o transporte de órgãos, adiantou.
A Lifeina venceu o concurso de “pitch” (breve apresentação de uma empresa de três a cinco minutos) deste ano na Web Summit, evento que arrancou na segunda-feira e hoje terminou no Parque das Nações, em Lisboa.
O patrocinador do concurso de “pitch” é a Mercedes Benz, que garante a esta “startup” vencedora um prémio de 50 mil euros e o acesso ao programa de incubação promovido pelo fabricante alemão de automóveis.
Segundo a organização da Web Summit, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.