O cantor Chris Cornell, vocalista dos Soundgarden, Audioslave e Temple of the Dog, suicidou-se. Cornell, de 52 anos, enforcou-se, segundo confirmação feita pelos médicos legistas.
O músico foi encontrado sem vida, na quarta-feira, num quarto de hotel em Detroit, nos Estados Unidos, depois de um concerto dos Soundgarden.
Chris Cornell vivia uma boa fase em termos artísticos. Os Soundgarden estavam a meio de uma digressão pelos Estados Unidos e o Audioslave tinha regressado aos palcos em Janeiro, 12 anos depois do último concerto, para uma actuação de protesto contra a tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os Soundgarden nasceram em 1984, em Seattle, e lançaram seis álbuns de estúdio: “Ultramega OK” (1988), “Louder Than Love” (1989), “Badmotorfinger” (1991), “Superunknown” (1994), “Down on the Upside” (1996) e “King Animal” (2012).
Guitarras pesadas e a voz versátil de Cornell eram a imagem de marca de uma banda que resgatava a herança rockeira de bandas como os Led Zeppelin, depois de uma década de 80 marcada pela ascensão da música pop.
Chris Cornell também foi uma das vozes dos Temple of the Dog, o supergrupo de tributo ao amigo Andrew Wood, vocalista dos Mother Love Bone que morreu vítima de uma overdose de heroína.
A banda formada em 1990 por membros dos Soundgarden, Pearl Jam e Mother Love Bone só editou um álbum e deu vários concertos ao longo dos anos.
O dueto de Chris Cornell com Eddie Vedder, dos Pearl Jam, no tema "Hunger Strike" é um dos momentos altos do movimento grunge. "Say hello 2 heaven" é outra das músicas mais conhecidas dos Temple of the Dog.
Com os Soundgarden parados há vários anos, Chris Cornell juntou-se aos membros dos Rage Against the Machine, Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, e fundou os Audioslave, em 2001.
O supergrupo lançou três álbuns: o homónimo “Audioslave”, no ano seguinte; “Out of Exile”, e 2005; e “Revelations”, em 2006.
Chris Cornell também prosseguiu uma carreira musical a solo e escreveu poesia.
Entre o sucesso e a tragédia, o movimento grunge tem perdido alguns dos seus protagonistas ao longo dos tempos. Kurt Cobain, dos Nirvana, suicidou-se em 1994; Layne Staley, dos Alice in Chains, e Andrew Wood, dos Mother Love Bone; e Scott Weiland, dos Stone Temple Pilots; morreram de overdose.