Os atuais fluxos migratórios são um fenómeno complexo e articulado preocupam Francisco que apela, uma vez mais, à construção de pontes e não de muros para ampliar canais de permitam uma migração segura e regular.
“Só caminhando juntos é que poderemos ir longe e alcançar a meta comum da nossa viagem”, escreve Francisco, pedindo que a todos seja assegurado “um direito ainda não codificado mas de fundamental importância”, que é “o direito de não emigrar, ou seja, a possibilidade de viver em paz e com dignidade na sua própria terra”.
O acto de migrar deveria ser sempre uma escolha livre, mas o Papa lamenta que, ainda hoje, em muitos casos não o seja. "Conflitos, desastres naturais ou, simplesmente, a impossibilidade de levar uma vida digna e próspera na própria terra natal obrigam milhões de pessoas a partir”.
Para acabar com as migrações forçadas, "é necessário o empenho comum de todos, cada qual segundo as próprias responsabilidades, que começa por nos perguntarmos o que podemos fazer e também o que devemos deixar de fazer”. Na verdade, “os recursos naturais não são ilimitados e o desenvolvimento dos países economicamente mais pobres depende da capacidade de partilha que se consegue gerar entre todos os países”, afirma o Papa. "Cada migrante não é só um irmão ou irmã em dificuldade, é o próprio Cristo que bate à nossa porta”.
Francisco apela “ao máximo respeito pela dignidade de cada migrante" e pede “que haja sempre uma comunidade pronta a acolher, a proteger, a promover e a integrar todos, sem deixar ninguém de fora”.